sexta-feira, 9 de março de 2012

Buckethead - Electric Sea



Artista: Buckethead
Álbum: Electric Sea
Data de lançamento: 21 Fevereiro 2012
Género: Rock experimental, Rock instrumental, Acústico, Ambiente, Avant-Garde
Editora: Metastation
Lista de faixas:

1 – “Electric Sea”
2 – “Beyond the Knowing”
3 – “Swomee Swan”
4 – “Point Doom”
5 – “El Indio”
6 – “La Wally”
7 – “La Gavotte”
8 – “Bachethead”
9 – “Yokohama”
10 – “Gateless Gate”
11 – “The Homing Beacon”

Presença assídua neste blog pela sua assiduidade também no que diz respeito a lançamentos de discos. Todos os anos temos mais que um disco de Buckethead para desfrutar, para assim que acabarmos de fazer a digestão de um bom álbum do guitarrista, termos de imediato um novo para saciarmos a fome que nunca chega a ter muito tempo para se desenvolver. E ainda o melhor é que é um dos artistas que mais e melhor se consegue reinventar com tantos géneros diferentes que ele consegue abordar e a facilidade com que ele parece efectuá-lo. Ora temos discos ambientais, como obras Funk, ou riffs de Metal bem pesadinhos ou um Rock instrumental na sua pureza. Desde que dê para o bizarro intérprete experimentar como lhe dê na real gana, tem sempre muito que fazer e fá-lo bem.

Em “Electric Sea”, o talentoso músico volta a seguir caminhos mais calmos ao procurar melodias mais suaves e ao dar-nos da boa música ambiente, daquela que dá para ouvir de olhos fechados. Foi o que ele escolheu abordar ao longo do ano de 2010, por exemplo, em “Shadows Between the Sky” que mantém-se como um dos meus predilectos álbuns para usar como ferramenta de relaxamento, daqueles que nos embalam para uma pacífica noite de bom sono – principalmente aquela faixa-título.

Era mais ou menos esse álbum que eu tinha em mente para criar a expectativa para ouvir este “Electric Sea”, quando soube que era um som quase do género – quase, porque este senhor não faz coisas iguais ou parecidas. Que agradável surpresa que tive, quando ainda superou a expectativa. Aquelas melodias suaves daquela guitarra tão bem tratada cujo choro certamente não é de dor, já pronto a embalar-me e a levar-me para outro sítio. E isso que era em plena tarde, num inusual dia quente de Inverno, com o Sol a entrar-me pelo quarto dentro e estando eu bem desperto. Mas já me estava a acolher para outra “mood” completamente diferente.

Não me recostei a tirar uma sesta relaxado por esta maravilha, porque queria tomar atenção ao que ouvia antes dessa experiência e realmente nem com mais atenção dá para se encontrar por aqui defeitos. Logo que entra a primeira faixa já fico seduzido pela mágica guitarra de um tipo tão esquisito mas que faz obras tão bonitas e assim se manteria. Nada deteriorativo a apontar, mas para destacar há sempre a faixa “El Indio” que ainda foi a que mais fascínio me solicitou.

Para além das suas novas composições, completa-se a lista com “Beyond the Knowing”, uma regravação do antigo tema “What Kind of Nation”, gravado em cooperação com o actor Viggo Mortensen em 2005; abordagens inteligentes e bem conseguidas de temas clássicos como “La Wally”, composto por Alfredo Catalani em 1892 e “La Gavotte” e “Bachethead” compostos por Johann Sebastian Bach; e acrescentando ao fim “The Homing Beacon”, uma das canções de tributo a Michael Jackson – por estranho que possa parecer, um grande ídolo de Buckethead – que lançou anteriormente à solta, sem integrar nenhum disco. Tudo bem organizado para constituir uma perfeita obra ambiental – mesmo faixas como “Yokohama” ou “Gateless Gate” que parecem estar aqui mais para encher conseguem a sua dose de maravilha.

No final, finalmente aterramos suavemente após uma interessante viagem mental que é a única coisa que me ocorre para descrever alguns dos melhores discos deste estranho indivíduo. Nem soa a algo para ser muito lembrado no futuro a não ser que já sejam dedicados fãs do músico, e por vezes até são temas que talvez não passem de mais do que música de fundo para uma apresentação de powerpoint ou para dar ambiente no site pessoal. E mesmo para isso é formidável. Ainda não me desprendo de “Shadows Between the Sky”, mas noto aqui em “Electric Sea” um dos melhores discos de Buckethead ultimamente. E sim, “ultimamente” já envolve muitos álbuns…

Avaliação: 8,4

1 comentário:

  1. Será que ninguem percebe que BUCKETHEAD é um gênio? Quem cria músicas melhor do que ele atualmente? Santa criatividade.Comparável só aos grandes mestres da música clássica.Desde que o conheci ,no começo de 2011, não escuto outro artista. Não tem como.Eu sabia que um dia isso aconteceria:encontrar um artista perfeito. Penso que as músicas dele foram feitas só para mim. Porque elas me preenchem.Adoro som de guitarras. Mas ele tem a medida certa para usá-las.Meus amigos, até os que não curtem guitarras, quando eu coloco no carro as músicas dele, dizem:o que é isso? que som é esse? quem é esse cara? E eu não consigo falar, porque choro, de tamanha alegria. BUCKETHEAD, eu não sei o que seria de mim sem suas músicas.Respeito John Lennon, ele foi genial.Mas faltava outro músico genial. E encontrei. És o deus da guitarra. Não há melhor. TE AMO.

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