quinta-feira, 1 de março de 2012

Ringo Starr - Ringo 2012



Artista: Ringo Starr
Álbum: Ringo 2012
Data de lançamento: 30 Janeiro 2012
Género: Rock
Editora: Hip-O Records
Lista de faixas:

1 – “Anthem”
2 – “Wings”
3 – “Think It Over”
4 – “Samba”
5 – “Rock Island Line”
6 – “Step Lightly”
7 – “Wonderful”
8 – “In Liverpool”
9 – “Slow Down”

Décimo sétimo disco de um integrante da metade restante dos Beatles e o mais activo dessa metade. Um disco que com os seus breves 29 minutos apresenta duas covers: “Think It Over” de Buddy Holly, com certeza um ídolo de juventude de Ringo e “Rock Island Line”, originalmente interpretada por John Lomax em 1934 e tendo tido desde então, inúmeras versões regravadas. A acrescentar a essas duas versões, juntam-se também dois temas clássicos de Ringo regravados: “Wings” que já integrava o seu disco “Ringo the 4th” de 1977 e “Step Lightly” originalmente lançado no seu terceiro disco a solo “Ringo”, em 1973.

Com isto, acabamos por ter apenas cinco temas originais para constituir um novo disco sucessor de “Y Not” de 2010. O que o lendário ex-Beatle aqui faz, tanto com os temas novos como com os restantes, é aquilo que se espera de um artista que já tenha atingido o seu estatuto. Aos 71 anos, já se espera que a sua fase aventureira já não tenha mais para dar e que agora Ringo seja apenas o veterano que sorri e se diverte, mas sem sair da sua zona de conforto. Apenas temas de Rock da raiz breves, com melodias agradáveis de estalar os dedos que podem ficar na cabeça.

É normal que o sentimento que prevaleça por estes curtos temas seja aquele de nostalgia. Ringo estava lá quando se começou a dar uma verdadeira revolução musical – muita dela vinda do seu próprio grupo – assistiu a toda uma evolução que mesmo sofrendo as alterações que sofreu não foi assim tão capaz de largar totalmente a sua influência. Outra nostalgia que possa existir pode ser uma ainda mais longínqua, com uma juventude e infância de Ringo que está cada vez mais longe – tal como em “Y Not”, temos mais um tema a falar-nos em Liverpool, sua terra natal e dos seus companheiros nos Beatles.

Uma abordagem clássica nos tempos modernos ou uma abordagem moderna dos tempos clássicos, algo assim. A música é suficientemente simples para se situar nesta época presente como em qualquer outra, mesmo que o aqui se toca seja um Rock and Roll do mais simples e extraído directamente da sua raiz.

Longe está de qualquer tipo de inovação, mas também nunca há-de ser para isso que se queria ouvir um disco de Ringo Starr. As canções estão lá bem escritas e com os arranjos certos, a diversão está lá, a melodia dançável nostálgica e sempre de mão estendida a acenar à música de outros tempos que não tem porque deixar de ser feita actualmente. Está tudo lá. Pronto para arrancar alguns sorrisos de fanáticos de Beatles que gostem de apreciar o que ainda sobra e ainda se vai fazendo dos ainda presentes cérebros dos Fab Four. E durante o processo ainda há muito bater de pé. Logo, missão cumprida.

Avaliação: 7,1


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