Artista:
Van Halen
Álbum:
A Different Kind of Truth
Data de lançamento: 7 Fevereiro 2012
Género: Hard Rock, Heavy Metal
Editora: Interscope Records
Lista de faixas:
1 –
“Tattoo”
2
– “She’s the Woman”
3
– “You and Your Blues”
4
– “China Town”
5
– “Blood and Fire”
6
– “Bullethead”
7
– “As Is”
8
– “Honeybabysweetiedoll”
9
– “The Trouble with Never”
10
– “Outta Space”
11
– “Stay Frosty”
12
– “Big River”
13
– “Beats Workin’”
Já se passaram catorze anos! 14 anos desde o último
disco da banda de Eddie Van Halen. Mas isto após lá passar
vários vocalistas, incluindo Sammy Hagar e uma experiência desastrosa com Gary
Charone dos Extreme. No entanto, fãs de Van Halen não costumam pensar muito no
que diz respeito ao vocalista que preferem e qual a era favorita. Foi sempre o
carismático David Lee Roth – que contém um pouco de sangue Português nas suas
ascendências – que mais agradou. E é aí que entra a parte interessante, este é
o primeiro disco de novo com David Lee Roth… em 28 anos! Já tanto tempo que eu
nem posso dizer absolutamente nada quanto a isso… Ainda faltavam quase 10 anos para
eu ser concebido!
No entanto, é verdade, o impossível parece ter
acontecido, David Lee Roth está de volta. Após uma digressão com ele mesmo, eis
que acontece o mais difícil: a banda de “Jump”, “Hot for Teacher”, “Runnin’
with the Devil” ou “Panama” trazem-nos um disco novo! O único aqui a impedir de
assistirmos a uma autêntica reunião da velha guarda é a ausência de Michael
Anthony no baixo e nos vocais secundários – que muitos sentirão a falta. Com
isso temos uma formação mais Van Halen que nunca, com Wolfgang Van Halen, filho
de Eddie a integrar a banda. Isso faz com que o grupo agora tenha três quartos
de músicos de nome “Van Halen” e David Lee Roth.
Parece estar tudo no sítio para uma reunião a
valer. Vontade de tocar, o bom e velho Rock ‘n Roll, nostalgia ou só mais uns
dólares. Alguns desses devem ter contribuído para a reunião e sejam eles quais
foram, o que temos a fazer é aproveitar. Uma reunião destas é a ideal para uns
quantos concertos, para recordar os clássicos, encher umas quantas salas de
gente de meia-idade que queira viajar um pouco no tempo enquanto dança e mais
alguns jovens recentemente iluminados pela música da banda, descoberta pós-fim –
eu, por exemplo, ainda estou praticamente na fase púbere e não me importava de
lá andar. No entanto, no que diz respeito a discos, nem sempre pode ser boa
ideia. Os dias dos álbuns já lá vão e muitas das vezes quando se reúnem e se
sentem na obrigação de utilizar um disco como “desculpa”, sai algo sem
inspiração. E o single “Tattoo” parecia apontar para aí. Era um tema engraçado,
mas faltava-lhe garra. Mas graças sejam dadas ao benefício da dúvida por permitir a audição
do disco, mesmo com as expectativas do single.
Afinal o que aqui se encontra são uns Van Halen
ainda em excelente forma. 13 temas que nem parecem muitos, ao não conter nenhum
material desnecessário. A voz de David Lee Roth já tem a idade como barreira
para fazer o que fazia nos seus bons e velhos dias, mas ainda continua
reconhecível e com boa forma dentro do possível. Quem ainda está impecável é
Eddie Van Halen que ainda não perdeu força, velocidade e técnica nos dedos e
ainda nos dá riffs e solos que nos lembram porque é que o seu nome vem sempre
ao de cima quando alguém menciona grandes guitarristas do Rock de todos os
tempos.
Não há como ficar desiludido com o seu trabalho de
guitarra em todas as faixas, mas destaco o imediato princípio de “China Town”,
a Rockalhada bem maciça de “Bullethead”, a rapidez envolvente do riff e solo de
“As Is”, o toque mais pesado e moderno de “Honeybabysweetiedoll”, os toques de
blues de “Stay Frosty”ou o solo impecável de “Big River”. Apenas alguns
exemplos, porque se bem conhecemos Eddie Van Halen sabemos que não há maneira
de fazer este homem falhar na guitarra – no entanto houve uma altura que
virou-se para os sintetizadores.
Mas como manter toda a força da música actual e
mantendo o feeling clássico com o toque dos seus velhos tempos, sem parecerem
uns velhotes a tentar ser “cool” e a ficar a meio do caminho? Trabalhando
canções antigas perdidas, demos que ficaram para trás na década de 70, ainda
antes de o disco de estreia ver a luz do dia. Não há como falhar quando o
esqueleto destas canções já vem da raiz da juventude da banda e nota-se bem a
onda. Portanto este conjunto de temas tem aquilo que conhecíamos e gostamos:
David Lee Roth e Eddie Van Halen a garrear a ver quem rouba a luz da ribalta e
atenção a quem. Esse conceito pode não soar muito bem, mas é uma das coisas que
mais encanto dá à música dos Van Halen e sempre foi assim – e nem sequer há
certezas e até se duvida que eles já se dêem bem outra vez, mas sinceramente
pelo que se ouve, ainda não parece fazer diferença.
É um belo presente aos fãs antigos – aquela “Stay
Frosty” é muito apontada como uma nova “Ice Cream Man”, popular faixa do disco
de estreia – e se conseguir projecção talvez capture mais alguns novos que
depois queiram ir espreitar o que foi feito há umas décadas atrás. Não é nada
que se possa dizer de especial, mas cumpre muito bem o seu dever e não se pode
negar a sua competência: não soa aos Van Halen a tentar juntar uns quantos
temas para levar para a estrada e ganhar mais uns trocos, soa à mesma diversão
que os Van Halen proporcionavam desde antigamente – sim claro, porque eu já lá
andava desde 1978. E após tanto tempo sem nos dar nada novo, é de aplaudir a
forma como trazem ao mundo um disco com tanta genica e garra suficiente para se
manter a par com actos mais jovens. Quem é que é velho, afinal?
Avaliação: 8,1
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