Artista:
We Are the Damned
Álbum:
Holy Beast
Data de lançamento: 25 Fevereiro 2011
Género: Death n’ Roll, Death Metal, Hardcore
Editora: Raging Planet
Lista de faixas:
1 –
“The Anti-Doctrine”
2
– “Serpent”
3
– “Throne of Lies”
4 – “Devorador dos Mortos”
5 – “Christian Orgy”
6
– “Diogo Alves 1841”
7
– “Atrocity Idol”
8
– “Summon the Black Earth”
9
– “Viral Oration”
10
– “The Glorious Grisly”
11
– “Vengeance Havoc”
12
– “Raping the Law of the Land”
13
– “Lucifer VIP (Chapter II)
14
– “Neo Pigs”
Os We Are the Damned, uma das bandas portugueses
que estão cada vez mais a aumentar a dimensão do seu nome, apresentaram-nos por volta do início deste ano o seu terceiro disco “Holy Beast”.
Qual será exactamente a identidade desta banda? Estarão eles à procura dela
ainda? Algo que é certo é que esta banda era mais singular e possuía uma imagem
mais própria no seu primeiro disco quando era “liderado” por uma vocalista
feminina, Sofia Loureiro. Apesar de estarem a aparecer cada vez mais bandas com
raparigas a utilizar a voz de forma mais brusca – leiam-se vocais guturais – cá
no nosso país ainda havia pouco desenvolvimento nisso e os We Are the Damned de
imediato se tornaram um exemplo de uma banda para se manter debaixo de olho. No
entanto, essa vocalista abandonou a banda e no seu lugar ficou Ricardo Correia
a tratar dos vocais. Aí talvez se perdesse um factor identificativo e dessa
forma os We Are the Damned à primeira já pareciam mais comuns. Mas não é por
isso que se baixa a fasquia da banda depois de se ouvir os recentes trabalhos,
nota-se neste disco essa procura da identidade e a abordagem de um próprio som.
Um pormenor que se deve salientar é o do rótulo que a banda carrega de “Death ‘n’
Roll” que pode ser um pouco desencaminhado. Ao ouvir-se o som deste grupo
nota-se muita mais força na influência de Hardcore e em vez de influências de
bandas como Six Feet Under, Gorefest ou Torture Killer, há aqui uma força na voz
que mais depressa nos lembra uns Hatebreed. Também não há grande presença de
riffs com Groove e repetitivos como actos do denominado Death ‘n Roll nos
fornece, são mais enérgicos e ao estilo do que alguns bons actos de Hardcore
nos apresentam. Juntando isto àquela essência do Death Metal mais moderno que
parece ser o ponto de partida da abordagem musical da banda, reparamos que já
temos alguma dificuldade em encontrar um rótulo apropriado. E a partir daí já é
bom sinal já temos uma banda que em vez de se colar a uma etiqueta
identificativa de estilo, procura fazê-lo como lhe dá na real gana, sem ser
ousado ao ponto de ser descabido e sem sentido. Para completar a ideia de como
funciona o disco, há que se referir à descarga de energia que o álbum é de
princípio ao fim. Poucas paragens, poucas voltas a dar, desde que um acorde
mais distorcido começa – isto é, na segunda faixa “Serpent”, visto que a
introdução ainda não apresenta aquele peso e recheio enérgico que acompanha o
restante álbum – que um fã da música extrema que aprecie este tipo de riffadas
rápidas com vocais agressivos e berrados e bem temperados com letras críticas e
bem repletas de ódio à sociedade, já tem aqui muito com que se entreter. Não há
grande aposta no factor melódico – existem na mesma exemplos de faixas onde se
encontre umas melodias porreiras – e o álbum não é daqueles cujas canções nos
vão ficar presas na cabeça, este é daqueles que precisa de algumas audições
para ver se consegue instalar-se melhor no nosso miolo. Faixa de destaque terá
que ser a longa e instrumental “Lucifer VIP (Chapter II)" que estendendo-se
quase para 10 minutos, é uma faixa que através dos seus pegajosos riffs nos
consegue demonstrar bem aquela parte cheia de Groove e ritmo que ainda resta no
campo da banda. Descarga de raiva e energia, é daquelas bandas que ouvindo o seu
disco – mesmo que a banda já tenha adquirido essa fama – já sabemos que um
concerto da banda é daqueles que manda o espectador para casa esgotado mas
valendo a pena. Mais um exemplo de algo que se consiga fazer cá em Portugal com
qualidade – claro que não agrada a qualquer um – e se este disco é um primeiro
passo para uma construção de uma identidade própria, então que venham mais
discos e que cresça a banda…
Avaliação: 7,1
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