segunda-feira, 10 de outubro de 2011

We Are the Damned - Holy Beast



Artista: We Are the Damned
Álbum: Holy Beast
Data de lançamento: 25 Fevereiro 2011
Género: Death n’ Roll, Death Metal, Hardcore
Editora: Raging Planet
Lista de faixas:

1 – “The Anti-Doctrine”
2 – “Serpent”
3 – “Throne of Lies”
4 – “Devorador dos Mortos”
5 – “Christian Orgy”
6 – “Diogo Alves 1841”
7 – “Atrocity Idol”
8 – “Summon the Black Earth”
9 – “Viral Oration”
10 – “The Glorious Grisly”
11 – “Vengeance Havoc”
12 – “Raping the Law of the Land”
13 – “Lucifer VIP (Chapter II)
14 – “Neo Pigs”

Os We Are the Damned, uma das bandas portugueses que estão cada vez mais a aumentar a dimensão do seu nome, apresentaram-nos por volta do início deste ano o seu terceiro disco “Holy Beast”. Qual será exactamente a identidade desta banda? Estarão eles à procura dela ainda? Algo que é certo é que esta banda era mais singular e possuía uma imagem mais própria no seu primeiro disco quando era “liderado” por uma vocalista feminina, Sofia Loureiro. Apesar de estarem a aparecer cada vez mais bandas com raparigas a utilizar a voz de forma mais brusca – leiam-se vocais guturais – cá no nosso país ainda havia pouco desenvolvimento nisso e os We Are the Damned de imediato se tornaram um exemplo de uma banda para se manter debaixo de olho. No entanto, essa vocalista abandonou a banda e no seu lugar ficou Ricardo Correia a tratar dos vocais. Aí talvez se perdesse um factor identificativo e dessa forma os We Are the Damned à primeira já pareciam mais comuns. Mas não é por isso que se baixa a fasquia da banda depois de se ouvir os recentes trabalhos, nota-se neste disco essa procura da identidade e a abordagem de um próprio som. Um pormenor que se deve salientar é o do rótulo que a banda carrega de “Death ‘n’ Roll” que pode ser um pouco desencaminhado. Ao ouvir-se o som deste grupo nota-se muita mais força na influência de Hardcore e em vez de influências de bandas como Six Feet Under, Gorefest ou Torture Killer, há aqui uma força na voz que mais depressa nos lembra uns Hatebreed. Também não há grande presença de riffs com Groove e repetitivos como actos do denominado Death ‘n Roll nos fornece, são mais enérgicos e ao estilo do que alguns bons actos de Hardcore nos apresentam. Juntando isto àquela essência do Death Metal mais moderno que parece ser o ponto de partida da abordagem musical da banda, reparamos que já temos alguma dificuldade em encontrar um rótulo apropriado. E a partir daí já é bom sinal já temos uma banda que em vez de se colar a uma etiqueta identificativa de estilo, procura fazê-lo como lhe dá na real gana, sem ser ousado ao ponto de ser descabido e sem sentido. Para completar a ideia de como funciona o disco, há que se referir à descarga de energia que o álbum é de princípio ao fim. Poucas paragens, poucas voltas a dar, desde que um acorde mais distorcido começa – isto é, na segunda faixa “Serpent”, visto que a introdução ainda não apresenta aquele peso e recheio enérgico que acompanha o restante álbum – que um fã da música extrema que aprecie este tipo de riffadas rápidas com vocais agressivos e berrados e bem temperados com letras críticas e bem repletas de ódio à sociedade, já tem aqui muito com que se entreter. Não há grande aposta no factor melódico – existem na mesma exemplos de faixas onde se encontre umas melodias porreiras – e o álbum não é daqueles cujas canções nos vão ficar presas na cabeça, este é daqueles que precisa de algumas audições para ver se consegue instalar-se melhor no nosso miolo. Faixa de destaque terá que ser a longa e instrumental “Lucifer VIP (Chapter II)" que estendendo-se quase para 10 minutos, é uma faixa que através dos seus pegajosos riffs nos consegue demonstrar bem aquela parte cheia de Groove e ritmo que ainda resta no campo da banda. Descarga de raiva e energia, é daquelas bandas que ouvindo o seu disco – mesmo que a banda já tenha adquirido essa fama – já sabemos que um concerto da banda é daqueles que manda o espectador para casa esgotado mas valendo a pena. Mais um exemplo de algo que se consiga fazer cá em Portugal com qualidade – claro que não agrada a qualquer um – e se este disco é um primeiro passo para uma construção de uma identidade própria, então que venham mais discos e que cresça a banda…

Avaliação: 7,1



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