Artista: Merzbow
Álbum: Graft
Data de lançamento: 10 Março 2010
Género: Noise music
Editora: Cold Spring Records
Lista de faixas:
1 – “graft#1”
2 – “graft#2”
E cá está ele de novo! O homem que se pode dar ao
luxo de lançar por volta de 10 álbuns ou mais por ano sem que pareça muito
esforço. E se calhar porque não é. Outra maneira de o apresentar seria dizendo
que é o homem que faz ruído. Mas como este é um blog sofisticado (?) e que
prefere ser mais cuidado no registo linguístico e na sua abordagem de géneros
musicais, há que referir devidamente a Merzbow como um artista de música Noise.
E falando a sério, é o que ele é, muito provavelmente até, o maior artista de
música Noise. O mais normal é que qualquer um diga que isto não é música
sequer. Numa definição da palavra “música” é provável que isto não encaixe nos
parâmetros e critérios que o significado da palavra carrega, mas abrindo a
mente, tem que se abordar este disco cacofónico como uma obra de arte mais
brusca, um género musical mais “outsider”. E a maior parte dos leitores
provavelmente nem gostam ou viriam alguma vez a gostar disto, é um género com
um número de seguidores e apreciadores limitado – se houver algum fã de Merzbow
a ler isto que se manifeste, é sempre bom saber que eles vão andando por aqui e
por ali e que não se aglomeram apenas num show deste tipo. Para ser sincero,
ter ruído electrónico e cacofonia ilógica durante 37 minutos consegue-me
chatear menos do que muita coisa que passa pelas rádios. Não cometi o mesmo
erro da primeira vez que ouvi música deste senhor – já ouvi e comentei música
do artista Japonês em duas ocasiões – ao ouvi-lo com “headphones”. Isso sim é
verdadeiramente ensurdecedor. Mas tendo o cuidado de ter apenas todo aquele
barulho a dar ambiente, acho que depois das vezes anteriores já nem me afecta
tanto. Não penso voltar a ouvir este disco – mas pressinto que venha a ouvir
outros – mas que se lixe, não era como alguns que até me davam vontade de ir
diminuindo o volume progressivamente enquanto ouvia. A falta de melodia, a
falta de consistência nas duas únicas faixas que ocupam este registo
limitadíssimo em termos de impressões de cópias até faz com que uma pessoa se
distraia. Não há nada ali para nos captar a atenção, a não ser que sejam fãs
ávidos de música Noise que ficam ali a ouvir atentamente os ruídos a sobrepor-se
uns aos outros numa autêntica batalha electrónica de estrondos distorcidos e
outras coisas que tal que se tornam difíceis de descrever. Portanto ainda pode
abafar sons indesejáveis que decorram à volta. Mas de resto não serve para
muito mais, a não ser, claro, como já afirmei, que sejam apreciadores do estilo
de música bruto. Não é o disco que querem guardar no vosso leitor de mp3 quando
forem numa longa viagem de camioneta. Mas se tiverem um vizinho muito chato que
gosta de vos acordar aos fins-de-semana de manhã com música azeiteira e foleira...
Como resposta… Metal já os deve chatear bastante… Mas tentem retribuir com isto…
Avaliação: 5,7
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