segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Iwrestledabearonce - Ruining It for Everybody



Artista: Iwrestledabearonce
Álbum: Ruining It for Everybody
Data de lançamento: 26 Julho 2011
Género: Avant-Garde Metal, Deathcore, Metal experimental, Mathcore
Editora: Century Media Records
Lista de faixas:

1 – “Next Visible Delicious”
2 – “You Know That Ain’t Them Dogs’ Real Voices”
3 – “Deodorant Can’t Fix Ugly”
4 – “This Head Music Makes My Eyes Rain”
5 – “It Is “Bro” Isn’t It?”
6 – “Gold Jacket, Green Jacket”
7 – “Break It Down Camacho”
8 – “Stay to the Right”
9 – “I’m Gonna Shoot”
10 – “Karate Nipples”
11 – “Button It Up”

Regras? Mas quais regras? É verdade que ao fazer-se música, é errado pensar-se que tenham que existir regras, quando qualquer arte devia ter o máximo de liberdade. Mas mesmo não havendo regras, ao ouvir-se os Iwrestledabearonce fica na mesma a sensação de que as quebraram. Depois de surpreenderem muita gente, pôr muito crítico a coçar a cabeça e de tanto molhar roupas interiores como fazer torcer narizes com o disco de estreia “It’s All Happening”, eis que o seu sucessor nos chega. Talvez a mistela de sons não seja tão sem sentido como no anterior – que mesmo parecendo aleatoriamente colado ainda mantinha um sabor que o tornava bastante audível – mas ainda é um registo demasiado vanguardista para se considerar música normal e muito menos para se arranjar um rótulo. Continuam uma banda recheada de sentido de humor e que põem a patetice à frente da seriedade na sua inspiração, mas apesar de tudo, amadureceram um pouco neste disco. E também… Fazer música com o propósito de criar diversão ao próprio artista é bem legítimo. Com um certo gosto por discos que se demonstram ser autênticas saladas de sons diferentes, não podia deixar este passar-me ao lado. E é verdade, que num disco de meia hora passa-se muita mais coisa do que em alguns que ultrapassam uma hora inteira. É que se já não bastasse a ginástica vocal da vocalista Krysta Cameron, que tanto nos canta numa voz docinha, como utiliza um tom de voz a buscar algumas influências a Bjork, como no resto da canção passa-a a grunhir histericamente ou a lançar uns invejáveis squeals – conheço gente que nem acredita que ela faça todo o trabalho vocal sem alguma ajuda “maquinal” – onde se detecta mais a parte Deathcore da banda, que como já disse, não parece querer qualquer rótulo associado a ela. A música que acompanha as loucas e descontroladas cordas vocais de Cameron é igualmente brutal no que toca a riffs, bateria e até uns breakdowns de quando em vez, com passagens totalmente fora do comum em termos “matemáticos” se assim lhe pudermos denominar, e é nessas passagens que anda por aí um bracinho de influência de actos como The Dillinger Escape Plan. Até nem seria assim tão heterodoxo se não fosse o facto desta parte brutal da música andar de mão dada com uns toques electrónicos – que aqui estão bem feitos, não é como outras bandas que metem os pés pelas mãos e sai esterco – e mais qualquer coisa que eles vão buscar a um baú qualquer de sons que não parece ter fim. Sons não combinam? Eles fazem combinar. Nunca se ouviu antes? Está-se a ouvir agora. Não agrada a todos? Pelo menos ainda é audível para muitos. E é à volta disso que se constrói este curto álbum – revelado após uma partida pregada aos fãs em que diziam que este disco seria um registo de Black Metal, completo com sessões fotográficas em “corpse paint” – e com o que disse há canções como “You Know That Ain’t Them Dogs’ Real Voices” ou “Karate Nipples”, que enumerei quase aleatoriamente porque qualquer canção servia. O único tema que pode diferir é “This Head Music Is Making My Eyes Rain” que pode soar ligeiramente a alguma sobra de Bjork que fosse deixada de fora por talvez soar demasiado esquisito. Mas para estes nada é esquisito. É um disco tão diferente dos outros que um tipo só se questiona até que ponto está no inaceitável e até que outro este é um dos melhores e mais impressionantes lançamentos do ano. Deve ser um caso raro em que a linha que separa esses dois conceitos é bastante ténue. Mas que isto dá umas surpresas, lá isso dá. E eu ainda não sei bem ao todo o que aconteceu por aqui ao ouvir isto, mas é suficientemente bom para se querer ouvir outra vez e muitas outras mais para tentar perceber. Se nem assim se percebe? Porreiro… Fica um sabor diferente…

Avaliação: 9,2



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