Artista:
Iwrestledabearonce
Álbum:
Ruining It for Everybody
Data de lançamento: 26 Julho 2011
Género: Avant-Garde Metal, Deathcore, Metal
experimental, Mathcore
Editora: Century Media Records
Lista de faixas:
1 –
“Next Visible Delicious”
2
– “You Know That Ain’t Them Dogs’ Real Voices”
3
– “Deodorant Can’t Fix Ugly”
4
– “This Head Music Makes My Eyes Rain”
5
– “It Is “Bro” Isn’t It?”
6
– “Gold Jacket, Green Jacket”
7
– “Break It Down Camacho”
8
– “Stay to the Right”
9
– “I’m Gonna Shoot”
10
– “Karate Nipples”
11
– “Button It Up”
Regras? Mas quais regras? É verdade que ao fazer-se
música, é errado pensar-se que tenham que existir regras, quando qualquer arte
devia ter o máximo de liberdade. Mas mesmo não havendo regras, ao ouvir-se os
Iwrestledabearonce fica na mesma a sensação de que as quebraram. Depois de
surpreenderem muita gente, pôr muito crítico a coçar a cabeça e de tanto molhar
roupas interiores como fazer torcer narizes com o disco de estreia “It’s All
Happening”, eis que o seu sucessor nos chega. Talvez a mistela de sons não seja
tão sem sentido como no anterior – que mesmo parecendo aleatoriamente colado
ainda mantinha um sabor que o tornava bastante audível – mas ainda é um registo
demasiado vanguardista para se considerar música normal e muito menos para se
arranjar um rótulo. Continuam uma banda recheada de sentido de humor e que põem
a patetice à frente da seriedade na sua inspiração, mas apesar de tudo,
amadureceram um pouco neste disco. E também… Fazer música com o propósito de
criar diversão ao próprio artista é bem legítimo. Com um certo gosto por discos que se demonstram ser autênticas saladas de sons diferentes, não podia deixar
este passar-me ao lado. E é verdade, que num disco de meia hora passa-se muita
mais coisa do que em alguns que ultrapassam uma hora inteira. É que se já não
bastasse a ginástica vocal da vocalista Krysta Cameron, que tanto nos canta
numa voz docinha, como utiliza um tom de voz a buscar algumas influências a Bjork,
como no resto da canção passa-a a grunhir histericamente ou a lançar uns
invejáveis squeals – conheço gente que nem acredita que ela faça todo o
trabalho vocal sem alguma ajuda “maquinal” – onde se detecta mais a parte
Deathcore da banda, que como já disse, não parece querer qualquer rótulo
associado a ela. A música que acompanha as loucas e descontroladas cordas
vocais de Cameron é igualmente brutal no que toca a riffs, bateria e até uns
breakdowns de quando em vez, com passagens totalmente fora do comum em termos “matemáticos”
se assim lhe pudermos denominar, e é nessas passagens que anda por aí um
bracinho de influência de actos como The Dillinger Escape Plan. Até nem seria
assim tão heterodoxo se não fosse o facto desta parte brutal da música andar de
mão dada com uns toques electrónicos – que aqui estão bem feitos, não é como
outras bandas que metem os pés pelas mãos e sai esterco – e mais qualquer coisa
que eles vão buscar a um baú qualquer de sons que não parece ter fim. Sons não
combinam? Eles fazem combinar. Nunca se ouviu antes? Está-se a ouvir agora. Não
agrada a todos? Pelo menos ainda é audível para muitos. E é à volta disso que
se constrói este curto álbum – revelado após uma partida pregada aos fãs em que
diziam que este disco seria um registo de Black Metal, completo com sessões
fotográficas em “corpse paint” – e com o que disse há canções como “You Know
That Ain’t Them Dogs’ Real Voices” ou “Karate Nipples”, que enumerei quase
aleatoriamente porque qualquer canção servia. O único tema que pode diferir é “This
Head Music Is Making My Eyes Rain” que pode soar ligeiramente a alguma sobra de
Bjork que fosse deixada de fora por talvez soar demasiado esquisito. Mas para
estes nada é esquisito. É um disco tão diferente dos outros que um tipo só se
questiona até que ponto está no inaceitável e até que outro este é um dos
melhores e mais impressionantes lançamentos do ano. Deve ser um caso raro em
que a linha que separa esses dois conceitos é bastante ténue. Mas que isto dá
umas surpresas, lá isso dá. E eu ainda não sei bem ao todo o que aconteceu por
aqui ao ouvir isto, mas é suficientemente bom para se querer ouvir outra vez e
muitas outras mais para tentar perceber. Se nem assim se percebe? Porreiro… Fica
um sabor diferente…
Avaliação: 9,2
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