Artista:
Uriah Heep
Álbum:
Very ‘eavy Very ‘umble
Data de lançamento: Junho 1970
Género: Rock progressivo, Hard Rock, Heavy Metal, Rock
psicadélico, Metal progressivo, Blues Rock, Protometal
Editora: Vertigo Records, Bronze Records, Mercury
Records
Lista de faixas:
1 –
“Gypsy”
2
– “Walking in Your Shadow”
3
– “Come Away Melinda”
4
– “Lucy Blues”
5
– “Dreammare”
6
– “Real Turned On”
7
– “I’ll Keep on Trying”
8
– “Wake Up (Set Your Sights)”
Ainda andava o Heavy Metal a dar os primeiros
passos. Mas já conseguia andar, já não gatinhava e já havia discos bem sólidos
que hoje em dia se podem considerar como sendo discos de Metal, sem tirar nem
pôr, e não apenas influências de Heavy Metal, protótipos. O álbum de estreia da
lendária banda Britânica Uriah Heep, “Very ‘eavy Very ‘umble” consiste mais ou menos numa
linha entre esses 2 conceitos, o protótipo de Heavy Metal e o Heavy Metal
propriamente dito. Mas como fosse, naquele tempo era um disco bastante atrevido
e ousado e as críticas mais mainstream da altura não tinham muitas mais
maneiras de falar ainda pior do álbum. Citando uma crítica vinda da própria
Rolling Stone, de uma jornalista Melissa Mills: “Se esta banda conseguir
suceder, terei que cometer suicídio. Desde a primeira nota que se sabe que não
se quer ouvir mais.” – algo entre estas linhas. Críticas destas a um disco
destes hoje em dia soam totalmente descabidas, mas aparentemente nestes tempos
alguns dos críticos tinham pânico a artistas que gostavam de pensar um pouco
fora da caixa. E assim o faziam os Uriah Heep que com “Very ‘eavy Very ‘umble”
se juntaram a outras influentes bandas e ajudaram a estabelecer um género que
hoje em dia se mantém como um dos mais complexos e com a legião de fãs das mais
dedicadas que existem: O Heavy Metal – e que se incluam depois todos os seus
subgéneros. Sem ser propriamente um disco de Rock progressivo, mas sim um bom
conjunto de canções de Hard Rock que conseguem realçar bem uma veia
progressiva, com uns toques psicadélicos, bem regado de Blues e criar um som
característico – mesmo que a banda se tivesse vindo a afastar do som do álbum
de estreia, não podem negar este disco como a base de todo o seu trabalho. Autênticas
malhas como a pessoal favorita que soa tão intemporal “Dreammare”, ou outros
soberbos exemplos como “Walking in Your Shadow”, “Real Turned On”, uma “rocking
love song” à antiga ou “I’ll Keep on Trying”. Outras obras-primas onde se note
mais a parte progressiva como a genial faixa de abertura “Gypsy” ou a
conclusiva “Wake Up (Set Your Sights)”. E sem poder ignorar um destaque a uma
música tal como “Come Away Melinda” que com o seu formato acústico de balada e
a sua abordagem também a piscar o olho bem descaradamente ao Prog Rock puro e
duro, consegue ser dos pontos mais baixos em termos de energia mas dos mais
altos quanto ao destaque, importância no disco e genialidade de composição.
Apesar da curiosa capa, este não é um disco de ficar esquecido a ganhar teias
de aranha, é mesmo daqueles que é feito para continuamente nos dar prazer a
cada audição. Também não se pode enganar aqui, não é de facto daqueles discos
que se diz que soa muito actual, tão fresco nos dias de hoje como na altura em
que foi editado. Não. Este disco é mesmo daqueles que a ouvir-se sente-se bem o
quão velhinho é, o Hard Rock que hoje já tem longas barbas brancas, naquela
altura era quase uma criança; e quase se sente bem aquele cheiro ao mofo de um
disco que já vive há décadas e quase que se sente o pó recentemente sacudido de
um gira-discos ali meio arrumado para o canto – mesmo que eu tenha pouca
experiência com estes “equipamentos”. Mas consegue ser daqueles que quanto mais
velhinho soar, melhor, aquele som antigo dá-lhe certamente um outro valor
diferente. E os Uriah Heep são daquelas grandes bandas geniais das mais
subvalorizadas que deviam receber agradecimentos de muitos actos
pesados/semi-pesados/progressivos de hoje em dia e tendem a ser um pouco
esquecidos. Mas desvalorizados é que não são. E temporários muito menos. E
quanto ao comentário daquela jornalista… Pergunto-me se ainda será viva ou se
cumpriu a sua parva promessa…
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