quinta-feira, 6 de outubro de 2011

[Clássico do Mês] Uriah Heep - Very 'eavy Very 'umble



Artista: Uriah Heep
Álbum: Very ‘eavy Very ‘umble
Data de lançamento: Junho 1970
Género: Rock progressivo, Hard Rock, Heavy Metal, Rock psicadélico, Metal progressivo, Blues Rock, Protometal
Editora: Vertigo Records, Bronze Records, Mercury Records
Lista de faixas:

1 – “Gypsy”
2 – “Walking in Your Shadow”
3 – “Come Away Melinda”
4 – “Lucy Blues”
5 – “Dreammare”
6 – “Real Turned On”
7 – “I’ll Keep on Trying”
8 – “Wake Up (Set Your Sights)”

Ainda andava o Heavy Metal a dar os primeiros passos. Mas já conseguia andar, já não gatinhava e já havia discos bem sólidos que hoje em dia se podem considerar como sendo discos de Metal, sem tirar nem pôr, e não apenas influências de Heavy Metal, protótipos. O álbum de estreia da lendária banda Britânica Uriah Heep, “Very ‘eavy Very ‘umble” consiste mais ou menos numa linha entre esses 2 conceitos, o protótipo de Heavy Metal e o Heavy Metal propriamente dito. Mas como fosse, naquele tempo era um disco bastante atrevido e ousado e as críticas mais mainstream da altura não tinham muitas mais maneiras de falar ainda pior do álbum. Citando uma crítica vinda da própria Rolling Stone, de uma jornalista Melissa Mills: “Se esta banda conseguir suceder, terei que cometer suicídio. Desde a primeira nota que se sabe que não se quer ouvir mais.” – algo entre estas linhas. Críticas destas a um disco destes hoje em dia soam totalmente descabidas, mas aparentemente nestes tempos alguns dos críticos tinham pânico a artistas que gostavam de pensar um pouco fora da caixa. E assim o faziam os Uriah Heep que com “Very ‘eavy Very ‘umble” se juntaram a outras influentes bandas e ajudaram a estabelecer um género que hoje em dia se mantém como um dos mais complexos e com a legião de fãs das mais dedicadas que existem: O Heavy Metal – e que se incluam depois todos os seus subgéneros. Sem ser propriamente um disco de Rock progressivo, mas sim um bom conjunto de canções de Hard Rock que conseguem realçar bem uma veia progressiva, com uns toques psicadélicos, bem regado de Blues e criar um som característico – mesmo que a banda se tivesse vindo a afastar do som do álbum de estreia, não podem negar este disco como a base de todo o seu trabalho. Autênticas malhas como a pessoal favorita que soa tão intemporal “Dreammare”, ou outros soberbos exemplos como “Walking in Your Shadow”, “Real Turned On”, uma “rocking love song” à antiga ou “I’ll Keep on Trying”. Outras obras-primas onde se note mais a parte progressiva como a genial faixa de abertura “Gypsy” ou a conclusiva “Wake Up (Set Your Sights)”. E sem poder ignorar um destaque a uma música tal como “Come Away Melinda” que com o seu formato acústico de balada e a sua abordagem também a piscar o olho bem descaradamente ao Prog Rock puro e duro, consegue ser dos pontos mais baixos em termos de energia mas dos mais altos quanto ao destaque, importância no disco e genialidade de composição. Apesar da curiosa capa, este não é um disco de ficar esquecido a ganhar teias de aranha, é mesmo daqueles que é feito para continuamente nos dar prazer a cada audição. Também não se pode enganar aqui, não é de facto daqueles discos que se diz que soa muito actual, tão fresco nos dias de hoje como na altura em que foi editado. Não. Este disco é mesmo daqueles que a ouvir-se sente-se bem o quão velhinho é, o Hard Rock que hoje já tem longas barbas brancas, naquela altura era quase uma criança; e quase se sente bem aquele cheiro ao mofo de um disco que já vive há décadas e quase que se sente o pó recentemente sacudido de um gira-discos ali meio arrumado para o canto – mesmo que eu tenha pouca experiência com estes “equipamentos”. Mas consegue ser daqueles que quanto mais velhinho soar, melhor, aquele som antigo dá-lhe certamente um outro valor diferente. E os Uriah Heep são daquelas grandes bandas geniais das mais subvalorizadas que deviam receber agradecimentos de muitos actos pesados/semi-pesados/progressivos de hoje em dia e tendem a ser um pouco esquecidos. Mas desvalorizados é que não são. E temporários muito menos. E quanto ao comentário daquela jornalista… Pergunto-me se ainda será viva ou se cumpriu a sua parva promessa…


Sem comentários:

Enviar um comentário