sábado, 11 de dezembro de 2010

[Clássico do Mês] Bella Morte - Bleed the Grey Sky Black


Artista: Bella Morte
Álbum: Bleed the Grey Sky Black
Data de lançamento: 10 Outubro 2006
Género: Gothic Rock, Rock Alternativo, Rock Industrial, Deathrock, Hard Rock, Darkwave, Heavy Metal, Electrónica
Editora: Metropolis Records
Lista de faixas:

1 – “On the Edge”
2 – “Torn”
3 – “The End Ahead”
4 – “The Alone”
5 – “Ghost Land”
6 – “Dust”
7 – “As the Storm Unfolds”
8 – “An Enemy Without”
9 – “Bleed Again”
10 – “Earth Angel”
11 – “Grey Skies Black”
12 – “Haunted”

É verdade, é um pouco improvável para ser Clássico do Mês. Uma banda com pouca ou nenhuma exposição ao mainstream e que talvez maior parte dos leitores não conheçam. Mas a adoração que tenho por este álbum não podia passar por aqui despercebida. A música singular e apaixonante, com tons pesados e estruturas tão acessíveis e difícil de classificar. Foi pouco depois do lançamento deste disco, que a banda me foi “apresentada” por um amigo e não demorei muito tempo até me questionar onde raio andaria esta banda na minha vida, até então. É que hoje, este álbum é um dos inquestionáveis favoritos e um dos discos mais essenciais da minha colecção maioritariamente digital. Para mim o ponto mais significativo do progresso musical da banda. Com o disco de estreia “Remains”, soava a um Indie Rock gótico que tinha como escola os óbvios Sisters of Mercy ou uns Clan of Xymox. “Where Shadows Lie” deve ser o lançamento mais “dark” da banda, que recorrendo maioritariamente à electrónica e ao industrial, atinge bem o ponto de “Darkwave”, que mesmo com um mínimo destaque a guitarras, consegue ser um disco bem obscuro. Com umas experiências em EP’s como “The Death Rock” ou “Songs for the Dead”, os discos “As the Reasons Die” e “The Quiet” já procuravam fazer a mistura dos 2 sons anteriores, adicionando-lhes mais influências ainda e um tom único. Os 2 discos singraram e brilharam. Mas foi com “Bleed the Grey Sky Black” que atingiram o verdadeiro ponto. “On the Edge” é um exemplo de música construída com uma harmonia de riffs de guitarra e de sintetizadores impressionante e tudo isto banhado com um refrão cuja melodia promete vir para ficar. Uma das características da música dos Bella Morte, a capacidade incrível em escrever melodias viciantes. “Torn” é mais uma das canções “dark” sem ser deprimente, quase como se houvesse um positivismo por detrás de toda a escuridão e, tal como muitas, uma das que mais merece “thumbs up” pela voz limpa, excelente e invejável de Andy Deane. De seguida temos um riff de sintetizadores que nos capta o ouvido, quer queiramos, quer não, “The End Ahead” é um exemplo de uma música que não queremos que acabe tão cedo. “The Alone” é mais uma das canções pesadamente industrializadas do disco e mais uma vez o refrão é de se entranhar, com gosto. A abordagem de suspense em “Ghost Land”, com uma introdução de piano que se estende até irromper num riff, que mesmo simples, é belíssimo. Uma das experiências mais Hard Rock/Metal do álbum. Podia voltar a falar do fabuloso refrão, mas já começava a ser repetitivo, visto que isto de refrões encontra-se em todas as faixas. De seguida, as coisas acalmam, quando entra “Dust”, uma balada atmosférica, com uma participação vocal feminina – cuja identidade, para já, ainda me é desconhecida – que apenas fornece um tom mais doce e angelical à música. Mais um pouquinho de agitação em mais uma experiência mais “heavy” com “As the Storm Unfolds” e o seu riff, que nos faz lembrar algumas coisas do Pós-Industrial, até mesmo de Metal Industrial. De novo, o refrão tem que ser chamado ao barulho, pois se os Bella Morte não fossem uma banda praticamente underground, isto até dava quase para ser um hino de estádio. Micah Consylman volta a fazer-se notar, com o seu trabalho de sintetizadores em “An Enemy Without”. Logo de seguida, uma das canções mais pesadas do disco, “Bleed Again” em que Andy Deane até grunhe para lhe dar um tom mais brutal. Isto acompanhado de um simples riff e uns sintetizadores bem agudos no background para ter a certeza que se faz aqui realmente alguma mistura de bom resultado e não se tem apenas uma “really heavy metal song” com grunhidos. E, sim, os grunhidos são interrompidos por mais um daqueles refrões aos quais não me quero voltar a referir, lá está, para evitar redundância. E é então de seguida que vem mais um dos pontos mais altos do CD. “Earth Angel”, uma cover dos The Penguins, um slow de 1955. É estranho pensar como uma banda que nada tem a ver com o “Doo Wop” e a “Soul” de antigamente, faz uma cover ainda fiel à original e consegue torná-la tão característica. Uma verdadeira canção de amor em contraste às canções romântico-obscuras e com direito a criaturas monstrengas, como gostam de fazer por vezes – esta última parte é compensada no vídeo da música, em que a banda toca para um baile de casais de zombies que pouco a pouco vão caindo. Exactamente o que está aí escrito, é a acção que decorre. “Grey Skies Black”, não sei bem porquê, mas ataca-me sempre com uma enchorrada de nostalgia. Não sei explicar muito bem porquê, mas serve-me como uma espécie de banda sonora a esses tempos passados não muito longínquos, quando fui introduzido à banda. Com a fantástica composição de balada “semi-deprimente” com uma soberba instrumentalização e igual trabalho vocal, vêm-me à memória todos aqueles tempos e todas as parvoíces decorridas nesses mesmos tempos. O álbum fecha com “Haunted”, que mantendo a melancolia anterior, acaba em grande. A repetição dos versos no refrão em tom grunhido/berrado é de aclamar.
E é assim, desta forma, que isto se trata de um álbum que provavelmente poucos de vocês leitores conheçam, mas que a mim, cada vez que o ouça, ainda me faz arrepiar muitos pêlos de diversas partes corporais.


1 comentário:

  1. This is a really heavy metal one. Im not into this kind of music.

    It's just a phase.

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