Artista:
The Maccabees
Álbum:
Given to the Wild
Data de lançamento: 6 Janeiro 2012
Género: Indie Rock
Editora: Fiction Records
Lista de faixas:
1
– “Given to the Wild (Intro)”
2
– “Child”
3
– “Feel to Follow”
4
– “Ayla”
5
– “Glimmer”
6
– “Forever I’ve Known”
7
– “Heave”
8
– “Pelican”
9
– “Went Away”
10
– “Go”
11
– “Unknown”
12
– “Slowly One”
13
– “Grew Up at Midnight”
Os The Maccabees são um exemplo de banda que já
cativaram uma boa porção do povo alternativo com os seus dois álbuns anteriores
e que tinham alguma pressão sobre este terceiro para cumprir o dever de elevar
a banda de patamar. Actualmente, a banda fica naquela divisão de opiniões e não
se conseguem estabelecer num sítio certo entre liderança e seguimento. Lideram um
movimento e têm um som próprio ou seguem um montão de outras bandas e são mais
influenciados que influentes?
Por exemplo, ao longo deste disco muito se
detectam as óbvias proximidades a Arcade Fire, por exemplo. O single “Pelican”
vai sendo regado de uma boa dose de Futureheads. Sem querer pecar muito também
noto algo de Vampire Weekend em “Went Away”. “Ayla” parece acenar subtilmente
aos Muse. Várias faixas seguem uma linha mais calma e parecem conter um mínimo
tributo a um acto mais recente como The xx. Ainda para mais, parece haver uma
certa “pitada” melódica que parece seguir pelos caminhos de actos alternativos
mais clássicos como The Stone Roses – que a banda aponta como influência. E
mesmo assim não é tudo, mesmo orientado mais por guitarra, também já mete mãos
a outros elementos electrónicos que os situa na situação presente de música “Indie”
que os podia colocar ao lado de outras bandas como Two Door Cinema Club.
Faixas como “Feel to Follow” parecem ir pela
vertente da escrita dócil e com a abordagem de uma espécie de “Indie suave” que
amacia os parâmetros da música para que se torne mais acessível. O mesmo se dá,
por exemplo, com “Glimmer”. Já “Go” e o seu beat inicial e melodia simples e
pegajosa já parece ser uma canção mais directa ao “airplay” e podia espalhar-se
com alguma facilidade – talvez mais do que o próprio single “Pelican”.
Portanto por esta análise, quase que já podemos
colocar a etiqueta nos Maccabees e embalá-los como sendo seguidores de outros
actos, com pouca influência e até “mais uns” com um disco que mais soa a uma
playlist Indie que a um CD novo de originais de uma banda. Não, nada disso,
apenas descrevi a parte influenciada, agora vem o resto.
Os The Maccabees marcaram à sua maneira a música
alternativa por serem um acto que realmente se adapte aos gostos por outras
bandas e que dê para se fundir com elas, mas tocam muito à sua própria maneira
que faz com que se crie o seu próprio rótulo. Há 3 anos atrás, em tempos de “Wall
of Arms”, ficavam na cabeça de todos com “Love You Better” que ainda hoje
facilmente me assombra o ouvido por tempo indefinido – no bom sentido. São uma
banda bastante orelhuda no que toca às melodias, mas não parece ser o factor
mais importante.
A banda tem um método de escrita que provavelmente
não se assemelha ao de mais nenhuma outra banda. É também uma banda que mantém
as composições dos temas de forma simples ao olho nu – ou melhor, ouvido – mas que
são as pequenas coisas que as completam à sua própria maneira. E no entanto
também, com essa pequenez aparente de escrita, conseguem elevar a fasquia da
ambição na hora de lançarem este “Given to the Wild”. O único que pode travar a
distinção imediata da música dos Maccabees para a de outra banda pode ser a voz
que não ultrapassa qualquer barreira e existem várias similares.
De modo geral, para qualquer um que aprecia o
estilo de música a que rotulamos de “Indie”, mesmo que ninguém tenha bem a
certeza sobre o que se trata, está aqui um bom disco, bem escrito e que soa
deveras a uma alternativa à overdose da música que mais tempo de antena
consegue nas rádios e TV’s. E essa sim já se define melhor.
Avliação: 7,7