segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Meisa Kuroki - Attitude EP


Artista: Meisa Kuroki
Álbum: Attitude
Data de lançamento: 1 Janeiro 2010
Género: Pop, R&B, Dance
Editora: Studioseven Recordings
Lista de faixas:

1 - “Attitude (Intro)”
2 - “Are Ya Ready?”
3 - “Kind of Guy”
4 - “#1”
5 - “No Restriction (Interlude)”
6 - “Late Show”
7 - “Stand Up!”
8 - “Before Dawn (Interlude)”
9 - “Awakening”

Isto é considerado um EP, pelos seus mesquinhos 27 minutos... Mas o seu anterior álbum “Hellcat” considerado um álbum de estúdio mais apropriado, apenas andava pelos 30 minutos... E em faixas, até tinha menos uma que este EP... Este só tem 2 Interludes e uma Intro para ter menos tempo. Falta de imaginação? Ou intenção propositada de cortar o tempo para fazer um EP? Não tenho bem a certeza... Mas que, de qualquer das maneiras, há falta de imaginação na música em geral deste EP, isso é verdade. Querem ouvir Pop com ritmos dançáveis e beats de R&B, com a voz de Meisa distorcida aqui e ali? Então podem ouvir este “Attitude” ou uma outra coisa qualquer que ande por aí na mainstream que seja deste género, porque soa practicamente igual. A razão para a música deste álbum ser tão fraca é fácil: Meisa Kuroki é uma actriz e modelo, que teve curiosidade em experimentar fazer umas musiquitas. Uma jovem atraente – este pode ser um caso em que a capa venda mais que a música – já tem uma curta mas razoável carreira televisiva e já é relativamente reconhecida. Decide gravar um álbum... Rock alternativo? Hard Rock? Algo de novo experimental? Um projecto Indie feito só por gosto? Não. Uma vulgar colecção de música Pop dançável que já se fabrica às massas, algo que tenha mais a ver com ela. E, por muito bem que Meisa tenha feito o seu trabalho, não se trata de nada de especial. Resumindo toda a descrição do EP numa só palavra: desinteressante. Entretêm-se mais a procurar umas fotos dela no Google...

Avaliação: 4,0




Este artigo foi publicado anteriormente no site Otaku no Uchi, que foi recentemente fechado.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Danzig - Deth Red Sabaoth


Artista: Danzig
Álbum: Deth Red Sabaoth
Data de lançamento: 22 Junho 2010
Género: Heavy Metal, Hard Rock
Editora: Evilive, The End Records
Lista de faixas:

1 – “Hammer of the Gods”
2 – “The Revengeful”
3 – “Rebel Spirits”
4 – “Black Candy”
5 – “On a Wicked Night”
6 – “Deth Red Moon”
7 – “Ju Ju Bone”
8 – “Night Star Hel”
9 – “Pyre of Souls: Incanticle”
10 – “Pyre of Souls: Seasons of Pain”
11 – “Left Hand Rise Above”

O regresso de Danzig após 6 anos, depois de “Circle of Snakes”. A não ser que queiram contar com “Black Aria II” de 2006, mas isso já se trata de um álbum de música ambiente lançado com o nome “Glenn Danzig”. E o melhor que temos a admitir, a partir do disco que nos é apresentado, é o facto de ser Glenn Danzig o nome que aqui soa. Fundador e vocalista dos Misfits, este homem, já um veterano, já sabe bem o que anda aqui a fazer e qualquer registo que lance é de respeito. É também o facto de se tratar de Glenn Danzig que nos lembra algumas das influências que aqui se encontrem dos Misfits, no entanto tratando-se de um projecto diferente. Não é o mesmo Horror Punk que os Misfits criaram e tornaram famoso, mas sente-se aquele sangue a correr por ali e tratando-se de um disco mais Hard Rock com influências Punk/Blues/Metal, acaba por ser um registo interessante de se ouvir – talvez pela sua simplicidade, visto que os discos mais aventureiros e experimentais tiveram recepções mais mistas. Canções decoradas com uma excelente produção, na qual a voz de Danzig se sobressai perante os instrumentos. Resumindo por alto o disco, aqui há deliciosos riffs como na faixa de abertura “Hammer of the Gods”, “Deth Red Moon” ou o meu favorito de “Night Star Hel”, há refrões cuja simplicidade e repetição faz com que rapidamente se apeguem e se agarrem que nem carraças, como o de “On a Wicked Night”, temos uns vocais à-la Elvis em “Ju Ju Bone” – que também sabe bem como se apegar – e ate uma épica “Pyre of Souls”, dividida em 2 partes, “Incanticle” – uma introdução instrumental com direito a piano – e “Seasons of Pain” – apenas uma excelente malha de Rock. Créditos merecidos a Glenn Danzig, que acompanhado por excelentes músicos como o guitarrista/baixista Tommy Victor e o baterista Johnny Kelly, ainda se destaca e cumpre com a sua grossa fatia de trabalho, fornecendo os vocais, tocando guitarra, baixo, piano e até a menos usual bateria em “Black Candy”. Como já disse, trabalho que merece respeito pelo veterano que aqui se ouve, mas também por ser um bom e divertido álbum. Não inova em nada, mas não foi feito para inovar, mas sim para os velhos fãs gostar. Missão cumprida, então.

Avaliação: 7,9


quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Korn - Korn III: Remember Who You Are


Artista: Korn
Álbum: Korn III: Remember Who You Are
Data de lançamento: 13 Julho 2010
Género: Nu Metal, Metal Alternativo
Editora: Roadrunner Records
Lista de faixas:

1 – “Uber-Time”
2 – “Oildale (Leave Me Alone)”
3 – “Pop a Pill”
4 – “Fear Is a Place to Live”
5 – “Move On”
6 – “Lead the Parade”
7 – “Let the Guilt Go”
8 – “The Past”
9 – “Never Around”
10 – “Are You Ready to Live?”
11 – “Holding All These Lies”

O inevitável destino das bandas de Nu Metal. Cair. Até mesmo para os pioneiros. Pena é que a única coisa que realmente causa uma decadência é a mentalidade de alguns dos antigos fãs, que os ouviam quando era moda e depois deixaram-nos cair no esquecimento. E devido a essa mesma moda, e ao tipo de fãs que a banda obtém, lá aparecem os haters que todas as bandas se habilitam a ter assim que começam a vender discos. Outros tipos como eu ficam sempre à espera que venha o novo para desfrutarem. O anterior “Untitled” ou “Korn II”, como preferirem chamar-lhe, foi alvo de várias críticas negativas que notaram o som mais leve e experimental. Eu por outro lado fiquei bastante agradado e preso com algumas melodias que conseguiram puxar, uns bons riffs mesmo que não sejam aqueles ruidosos que faziam ao início, as estruturas eram algo diferentes das habituais da banda e isso cativou-me bastante. No entanto o choro que se ouvia era o de alguns fãs que preferiam de longe o som antigo da banda. O que há a fazer para o novo disco de 2010? Simples. Pegar naquilo que os fãs andaram a pedir e aumentar-lhe o volume. Ouso dizer que o que há aqui presente aproxima-se bastante de algum do material que se encontra no mítico álbum de estreia “Korn” ou um “Life Is Peachy” ou “Follow the Leader”. Desde o single “Oildale (Leave Me Alone)” e o seu curto e grosso riff, o refrão suficientemente simples para se colar e toda a estrutura “in your face” já nos traz alguma água à boca. E o disco não desilude. Há aquela fúria que havia em discos anteriores e riffs como os de “Pop a Pill”, “Fear Is a Place to Live”, “Lead the Parade”, “Are You Ready to Live?” ou se formos a ver bem, o de qualquer música, foram feitos para nos deixar tudo menos indiferente a eles e já podem juntar-se à lista em conjunto com alguns como de “Did My Time”, “Blind”, “Y’All Want a Single”, “Here to Stay” e muitos mais. Pelo meio há aquelas letras já típicas de Jonathan Davis, cantadas com a sua inconfundível voz e com aquele tom de fúria que no último “Untitled” encontrava-se um pouquinho em minoria. Excelente trabalhos nos refrões para que as canções não sejam só ruidosas mas também tenham o seu quê de “catchy” e sem querer exagerar, até de “poppy”. O baixo! Temos aquele baixo tocado em “slap” cujos seus estalinhos nos dizem de imediato que se trata de uma música dos Korn. Aqui encontra-se com folia e diz-nos que Arvizu ainda aguenta bem das mãos e dos dedos para tocar como bem sabe. A maluquice experimental aqui já se encontra menos sublinhada do que nos outros registos mais recentes da banda, mas ainda temos a introdução “Uber-Time” e os sons do final de “Never Around”. Para além do primeiro single “Oildale”, “Let the Guilt Go” é mais um hino de estádio e promete ser uma favorita, não só deste álbum, mas de todo o catálogo dos Korn. Brilhante. Mais simples e mais directo que os últimos. No entanto, também é mais Korn. E mesmo que também seja previsível que existam algumas opiniões como “Korn a tentar regressar às origens, agora, depois de velhos, blá blá blá”, não importa. Com este disco à antiga, e com a sua fantástica abordagem do estilo que criaram, posso dizer que este “Remember Who You Are” se trata do melhor álbum que os Korn lançaram em anos…

Avaliação: 9,3


Cypress Hill - Rise Up


Artista: Cypress Hill
Álbum: Rise Up
Data de lançamento: 13 Abril 2010
Género: Hip Hop, Rap Rock, Rap Metal
Editora: Priority Records
Lista de faixas:

1 – “It Ain’t Nothin’” (com Young De)
2 – “Light It Up”
3 – “Rise Up” (com Tom Morello)
4 – “Get It Anyway”
5 – “Pass the Dutch” (com Evidence e The Alchemist)
6 – “Bang Bang”
7 – “K.U.S.H.”
8 – “Get ‘Em Up”
9 – “Carry Me Anyway” (com Mike Shinoda, dos Linkin Park)
10 – “Trouble Seeker” (com Daron Malakian, dos System of a Down)
11 – “Take My Pain” (com Everlast)
12 – “I Unlimited”
13 – “Armed & Dangerous”
14 – “Shut ‘Em Down” (com Tom Morello)
15 – “Armada Latina” (com Pitbull e Marc Anthony)

6 anos desde que saiu “Till Death Do Us Part” dos Cypress Hill. Ou seja, desde 2004 que não tínhamos aqueles malabarismos que os Cypress Hill faziam com a música dentro dum disco, em que ora faziam Hip Hop puro, como desatavam a acrescentar-lhe aí uns riffs agressivos e faziam Rapcore/Rap Rock. Por muitas vezes também há influências latinas – que não soam bem de todo – devido à origem Latino-Americana dos membros da banda. No anterior “Till Death Do Us Part” até houve alguma influência de Reggae e o disco aparentava ser um pouquinho mais religioso. E o ponto essencial: os Cypress Hill pareciam estar a perder a faísca que tinham inicialmente nos tempos de “Cypress Hill” e “Black Sunday”. Daí que não tivessem havido muitas saudades do grupo, durante a longa pausa e até se achou que um intervalozinho talvez lhes fosse fazer bem, para recuperar alguma força. E realmente serviu para recuperar alguma força, não toda. Os Cypress Hill já se encontram em alguma forma, mas nota-se que a “cabeça” que tinham nos discos iniciais já não é exactamente a mesma que inicialmente e que mesmo para uma banda tão versátil como os Cypress Hill, a determinado momento torna-se difícil conseguir manter a essência sem a repetir. Portanto, com algum esforço os Cypress Hill ainda conseguem fazer este disco singrar relativamente. Apesar de o disco ser maioritariamente na pureza do Hip Hop, e de ser ainda um bom Hip Hop, bem praticado e com tudo no sítio, as faixas que acabam por se destacar mais são as que penetram Rock no Hip Hop. A participação de Tom Morello no hino de punho erguido “Rise Up” é maravilhoso e a sua guitarra torna-se mágica como sempre; numa faixa mais Pop/Rock, Mike Shinoda, dos Linkin Park dá-nos um calmo refrão agradável, a juntar ao trabalho de Rap dos CH; “Trouble Seeker” destaca-se como uma faixa realmente de “Rap Metal” e a energia que o riff que Daron Malakian, guitarrista dos System of a Down fornece é inigualável em todo o disco – e foi a música que me deu vontade de aumentar o volume. Tom Morello regressa em “Shut ‘Em Down” para mais umas riffadas que gritam “Morello” a cada nota. E mais valia o álbum ter-se ficado por aí, porque a faixa “Armada Latina”, com Pitbull – um grande e respeitável nome, como podem reparar – e Marc Anthony, numa enchorrada de música latina com um refrão que, ao contrário de “Trouble Seeker”, fez-me tirar-lhe volume, porque até se tornava embaraçoso. Mas fora essa última faixa, é um álbum que se aguenta bem e que certamente irá trazer uns sorrisos aos fãs de Cypress Hill. Ainda não é aquele “bom álbum” da banda, mas pelo menos “bastante aceitável” para a banda que é, já serve.

Avaliação: 7,4


Christina Aguilera - Bionic


Artista: Christina Aguilera
Álbum: Bionic
Data de lançamento: 4 Junho 2010
Género: Pop, Electropop, R&B, Dance Pop
Editora: RCA Records
Lista de faixas:

1 – “Bionic”
2 – “Not Myself Tonight”
3 – “Woohoo” (com Nicki Minaj)
4 – “Elastic Love”
5 – “Desnudate”
6 – “Love & Glamour (Intro)”
7 – “Glam”
8 – “Prima Donna”
9 – “Morning Dessert (Intro)”
10 – “Sex for Breakfast”
11 – “Lift Me Up”
12 – “My Heart (Intro)”
13 – “All I Need”
14 – “I Am”
15 – “You Lost Me”
16 – “I Hate Boys”
17 – “My Girls” (com Peaches)
18 – “Vanity”

Lembro-me que quando apareceu a Lady Gaga, uma coisa que eu e outras pessoas notamos foi que havia uma certa semelhança no seu tom de voz com o de Christina Aguilera. Não era sempre, mas haviam momentos em que a voz realmente fazia lembrar, principalmente no refrão de “Poker Face”. Portanto não iria tão longe ao dizer que a Gaga era uma imitadora da Aguilera, de maneira nenhuma. A Lady Gaga lá arranjou maneira de, adicionando absolutamente nada à música Pop do momento, com um visual completamente marado, atitudes propositadas para chocar o público e outras euforias, garantir uma posição como a principal face da música Pop actual. Isso vai fazer surgir um bom monte de imitadoras, ou seguidoras, influenciadas como queiram. E ironicamente, a própria Christina Aguilera caiu na mesma esparrela. E porquê? Porquê é que ela também quis fazer daquele Dance Pop electrónico que já está tão batido que já soa quase a auto-paródia? Porquê as letras “filthy” com temas sexuais perversos, independentemente da principal faixa etária que vá dar atenção a essa música? E porquê a imagem extravagante, futurista e… robótica? Não sei porquê, mas a Christina Aguilera deixou-se cair nessa mesma esparrela com uma força descomunal. Ainda por cima, depois de “Back to Basics”, um disco bastante “retro” com um estilo Jazz/Swing remontante aos anos 20/30/40. Não vai de encontro aos gostos de todos – nem aos meus – mas é com certeza uma das melhores coisas que qualquer princesinha da Pop poderia ter feito. E logo depois desse aclamado disco, vem este desastroso “Bionic”. Desde o single “Not Myself Tonight” que era possível perceber que havia algo de muito errado na aposta de Christina Aguilera. Mas ao ouvir o disco e ouvirmos os primeiros segundos de “Bionic”, a faixa de abertura, dá para perceber que vai ser doloroso ouvir o registo todo. Experimental? Não acho. Creio que quando se fala em algo experimental, fala-se em descobrir algo novo, experimentar outras influências ainda não utilizadas, fazer misturas pouco usuais, criar algo novo, fazer música inimitável. Não é copiar os factores da música dos outros para que encaixe bem no panorama presente. E desde o início que é sempre a descer, passando pelo constrangedor uso da língua espanhola em “Desnudate”, o dueto Rap-Meets-Pop de “Woohoo” ou aquela típica canção “I’m dirty and I like it” que é “Sex for Breakfast”. Momento estranho. Entre “All I Need” e “You Lost Me”, só temos baladas ao estilo da “Beautiful” ou da “Hurt”. Deve ser do melhor que vai aparecendo por aqui, não fosse o facto de se encontrar tudo seguido e posicionado no final do disco, dando-nos a impressão de que a X-Tina se fartou a determinado ponto e decidiu então fazer aquilo que gosta - e o resto era forçado. No entanto, nas 3 últimas faixas volta ao mesmo e aquilo que devia ser uma promissora faixa – devido à participação da genial Peaches – também teve muito pouco relevo, talvez pela participação despercebida da Peaches. O álbum fecha com a faixa mais pateta, “Vanity”, que começa com uma afirmação “I’m not cocky! I just love myself” e passa por outros versos embaraçosos como “That bitch is so fucking hot”, referindo-se a ela própria ou o refrão “I turn myself on”. Normalmente quando escrevo estes textos sobre algo fora do meu estilo tento ser o máximo de imparcial e avaliar fora do meu gosto. Mas mesmo assim, este “Bionic” não deixa de me soar desastroso…

Avaliação: 3,4


sábado, 20 de novembro de 2010

Eu e Os Meus Onanismos - O Fim Só


Artista: Eu e Os Meus Onanismos
Álbum: O Fim Só
Data de lançamento: 2010
Género: Grindcore, WTF Rock
Editora: Independente
Lista de faixas:

1 – “Missa da Tarde”
2 – “Com Educação”
3 – “3%”
4 – “Sair”
5 – “Porque Me Tratas Mal”
6 – “Qual Passagem”
7 – “Agostinho da Silva”
8 – “Gargalhadas Necrófagas”
9 – “Ruma ao Infinito”
10 – “Temes”
11 – “Relógio Biológico”
12 – “Armazém”
13 – “Homem que Fumava”
14 – “Obscenos Valores”
15 – “Moral Infecta”

Mau! Assim não gosto! Se ainda se lembram do épico projecto “Eu e Os Meus Onanismos” da minha crítica feita ao “Mas que Grande Chatice” sabem como é que descobri isto. E sabem como é que gosto de ouvir isto. E porquê também. Estupidez. As músicas do primeiro álbum, demo, qualquer coisa eram tão ridiculamente más que um gajo era obrigado a rir-se e até a ir ouvir as músicas outra vez. E depois tinha a “Biff”. Essa aí era simplesmente genial. E é verdade que agora o Eu e Os Meus Onanismos nunca conseguirá igualar um hino como a “Biff”, daí a descida de… er… qualidade no 2º álbum. Havia músicas com piada… Mas não havia nada com tanta piada como a “Biff”! Então e neste 3º vai ainda mais abaixo… É que todas as músicas foram feitas para ser sérias!! Com a esperança que isto fosse realmente um projecto-paródia com aquelas músicas iniciais e depois ouvir isto com músicas em que parece haver um esforço na composição das músicas (??) longas partes instrumentais (?!?!) e até mensagens a ser transmitidas. Não, obrigado. Eu só ouvia isto por parvoíce, é lembrar. No preciso momento em que tenho que levar as músicas quase a sério então aí já não é “So Bad It’s Good”, já se fica só pelo “So Bad It’s Horrible”! A única coisa mais ou menos engraçada é a profunda poesia que há na faixa de abertura “Missa da Tarde” visível em versos como “E todos os dias/A assistência ao domicílio/Leva a Dona Maria/E a sua cadeira de rodas/A assistir à missa/Se fosse para o caralho/E dar trabalho/À puta que a pariu”. Pronto, a estupidez disso ainda é aceitável. O resto é simplesmente aborrecido e agoniante. “3%” é uma crítica política! Depois, pronto, a música é aquilo que já tinha dito na crítica anterior. A voz faz lembrar os sons estranhos que troco com os meus amigos no Messenger através do microfone do PC, bateria e baixo computadorizados – o melhor são os blast beats que às vezes se ouvem, ou aqueles pratos também muito bons – depois a guitarra com elaboradíssimos riffs que desafinam demais até para Grindcore. Como se fosse uma paródia de música amadora através de estereótipos reles. E ainda por cima, as músicas estão mais longas. “Sair” e “Temes” com 4 minutos, “Obscenos Valores” com 5? Deus me livre! Muito melhor quando eram faixas ruidosas com menos de 1 minuto, ao menos assim lá se dizia o que tinha a dizer e ia-se embora logo, aqui ainda fica a enrolar – em “Temes” aprendeu um riff giro, pronto, é esticá-lo até à exaustão por 4 minutos. Portanto, este álbum é uma desilusão… Para mim que ainda gosta de ouvir isto pela sua elevada parvoíce, porque para quem preferir música a sério, sigam em frente, isto não existe. E quero acabar este texto crítico com a missão que tenho tido nestes últimos tempos: Por favor, peço, suplico e imploro pela letra da “Biff”! A sério que a quero!

Avaliação: 1,6



MISSA DA TARDE

E.eO.M.O. | Myspace Music Videos

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Cancer Bats - Bears, Mayors, Scraps & Bones


Artista: Cancer Bats
Álbum: Bears, Mayors, Scraps & Bones
Data de lançamento: 13 Abril 2010
Género: Hardcore Punk, Sludge Metal, Metalcore
Editora: Distort Entertainment
Lista de faixas:

1 – “Sleep This Away”
2 – “Trust No One”
3 – “Dead Wrong”
4 – “Doomed to Fail”
5 – “Black Metal Bicycle”
6 – “We Are the Undead”
7 – “Scared to Death”
8 – “Darkness Lives”
9 – “Snake Mountain”
10 – “Make Amends”
11 – “Fake Gold”
12 – “Drive This Stake”
13 – “Raised Right”
14 – “Sabotage” (cover de Beastie Boys)

“Bears, Mayors, Scraps & Bones“. Nome do álbum retirado das alcunhas dadas a cada um dos membros da banda. Terceiro álbum da banda que teve agora mais exposição – apesar de muitos berros, o vídeo de “Sabotage” teve algum airplay frequente em canais de música. E é daquele tipo de disco que vai directo ao assunto e os Cancer Bats podiam perfeitamente colocar um rótulo na capa do disco a dizer “Música agressiva e brutal para abanar de cabeças e mosh”. É que mal se começa a tocar o disco, que levamos com uma enchorrada de bons riffs, agradáveis de se ouvir, mesmo que não sejam muito técnicos propriamente. Berros bem puxados do vocalista Liam Cornier para que a brutalidade não se fique só pela parte instrumental e se estenda ainda mais. São canções curtas apenas para deixar bem claro a ideia. É como se chegassem aqui, soltassem toda a agressividade que têm para aquele momento e se retirassem. Não perdem tempo com pormenores desnecessários para encher, nada de fillers. Talvez o único que haja a apontar de alguma forma desnecessário é a quantidade de faixas. Um álbum destes costuma servir-se bem curtinho, e com 14 músicas corre-se o risco de redundância. Mas lá nessa parte, controlaram-se bem e pronto, são mais umas musiquitas para os fãs destruir mais algumas coisas lá em casa. E é daquele tipo de música pouco fácil de caracterizar. Tem uma agressividade e uns berros que talvez sejam um pouco demais para ser apenas um regular Hardcore Punk, no entanto fica muito aquém da brutalidade requerida para ser Thrash ou Death Metal. Mas que se dane lá o estilo ou o rótulo ou coisa que o valha, isto é para se ouvir e ir ao concerto abanar até deixar de sentir alguns membros e criar o tal “efeito de autoclismo” no público. Um disco de berreiro agradável.

Avaliação: 7,9


quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Buckcherry - All Night Long


Artista: Buckcherry
Álbum: All Night Long
Data de lançamento: 3 Agosto 2010
Género: Hard Rock
Editora: Eleven Seven Music, Atlantic Records
Lista de faixas:

1 – “All Night Long”
2 – “It’s a Party”
3 – “These Things”
4 – “Oh My Lord”
5 – “Recovery”
6 – “Never Say Never”
7 – “I Want You”
8 – “Liberty”
9 – “Our World”
10 – “Bliss”
11 – “Dead”

Como muitas – mas mesmo muitas – outras bandas, os Buckcherry também são uma das que têm uma porrada de seguidores e uma outra tanta de “ridicularizadores”. O certo é que, ao esperar-se um novo disco dos Buckcherry, não tem que se aguardar por mais nada a não ser o habitual: Sexo, drogas e Rock N’ Roll. É precisamente a falta de inovação e a vulgaridade do Hard Rock que praticam que demonstra qual a atitude e objectivo desta banda: Rockar até cair para o lado. E fazem-no com um bom Hard Rock à antiga. Quando se ouve este disco, fica-se com a sensação de que já se ouviu algo semelhante antes. E quando digo antes, refiro-me muito antes, há muitos anos atrás. Sim, porque os Buckcherry gostam de tocar Hard Rock “Old School”, dos tempos da Parents Music Resource Center, talvez, digo eu. Ou seja, aqui há canções simples, riffs engraçados com guitarras relativamente distorcidas e tocadas de forma a que o riff seja tanto pesado como também dançável; letras que já quase roçam o cliché, lá está, de acordo com a filosofia de “Sex, Drugs & Rock N’ Roll”; uma balada, uma love song que fique bem ali no meio, como é o caso de “I Want You” e até um momento de reflexão e abordagem de assuntos sérios como em “Our World”, em benefício e homenagem de vítimas da explosão da plataforma Deepwater Horizons no Golfo do México causando um enorme derrame de petróleo. Tirando esses momentos mais sérios é aquele Hard Rock de festa que já falei – o título “It’s a Party” não engana, realmente. E ao ajustar-se nos dias de hoje acaba por ter uma influênciazinha de Post-Grunge mínima e talvez involuntária. É aquela simplicidade que até chateia, em que as músicas parecem não se mover do sítio, para além do que já fizeram nos discos anteriores. Mas é isso que Buckcherry é suposto ser e é isso que Buckcherry é e nem eles devem estar muito interessados em sair daí. Hard Rock de festa, lembrem-se.

Avaliação: 7,3


quarta-feira, 17 de novembro de 2010

FACT - In the Blink of an Eye


Artista: FACT
Álbum: In the Blink of an Eye
Data de lançamento: 13 Janeiro 2010
Género: Punk Rock, Post-Hardcore, Hard Rock
Editora: Vagrant Records
Lista de faixas:

1 - “In the Blink of an Eye”
2 - “This Is the End”
3 - “Slip of the Lip”
4 - “Silent Night”
5 - “Dec 2”
6 - “Part of It All”
7 - “1-3”
8 - “Behind a Smile”
9 - “Fade”
10 - “Risk of Disorder”
11 - “Goodbye to Good Morning”
12 - “Sunset”

FACT, onde o Punk se encontra com o melódico e onde realça também o brutal. Apesar de não se estabelecer firmemente no disco, se os FACT pretendem fazer música extrema ou ficar-se pelo melódico de veia Pop e de não se saber se a intenção deste álbum era continuar na mesma linha do anterior ou mudar ligeiramente a rota, este “In the Blink of an Eye” cai no conceito de “segundo álbum” de forma estranha mas boa. O Punk, um estilo onde o que conta mais não é a elaboração da música, a melodia e o talento, mas sim a garra. Com este álbum, há a sensação que a música se encontra significativamente elaborada e, no entanto, não tem a garra suficiente e necessária. Mas talvez seja impressão minha. Porque com uma audição simples o álbum é óptimo: as canções têm uma descomunal agressividade, distribuídas em canções curtas de riffs poderosos. Se calhar até pode ser impressão minha, mas apesar de o álbum soar lindamente, fica a sensação de que há algum ponto que eles não preencheram, no entanto, é-me inexplicável e não sou capaz de apontar o que falta. E também posso estar redondamente errado, mas acho que os fãs talvez prefiram o primeiro álbum. Mas isto é apenas o que eu digo e não me interpretem mal. Os FACT não falharam de maneira nenhuma.

Avaliação: 7,0




Este artigo foi publicado anteriormente no site Otaku no Uchi, que foi recentemente fechado.

Bring Me the Horizon - There Is a Hell, Believe Me I've Seen It. There Is a Heaven, Let's Keep It a Secret


Artista: Bring Me the Horizon
Álbum: There Is a Hell, Believe Me I’ve Seen It. There Is a Heaven, Let’s Keep It a Secret
Data de lançamento: 4 Outubro 2010
Género: Metalcore, Emocore, Screamo
Editora: Visible Noise
Lista de faixas:

1 – “Crucify Me” (com Lights)
2 – “Anthem”
3 – “It Never Ends”
4 – “Fuck” (com Josh Franceschi dos You Me at Six)
5 – “Don’t Go” (com Lights)
6 – “Home Sweet Hole”
7 – “Alligator Blood”
8 – “Visions”
9 – “Blacklist”
10 – “Memorial”
11 – “Blessed with a Curse”
12 – “The Fox and the Wolf” (com Josh Scogin dos The Chariot)

Um exemplo de uma banda em que a imagem realmente importa, visto que basta olharmos para este grupo Britânico para percebermos qual a música que tocam. Berros de agonia em conjunto com uma instrumentalização “metálica”. Com adolescentes perturbados em vista, é daquele tipo de bandas renegadas por fãs de Metal e até os podem chamar de Pseudo-Metal e reduzi-los àquilo que todos odeiam que lhes chamem: Emo. E na verdade, os Bring Me the Horizon são um exemplo correcto de uma banda que se possa chamar de Emo, em vez de My Chemical Romance, 30 Seconds to Mars ou Bullet for My Valentine, só porque a juventude até gosta desses. Certo é, que os Bring Me the Horizon parecem ter evoluído um pouco no seu som, no entanto, o público-alvo ainda é o mesmo e ainda há-de haver muita moça “anti-social” a ouvi-los – peço desculpa pelo estereótipo, não quero generalizar. Eles de vez em quando lá sabem atirar uma boa riffada que até dê vontade de um gajo se mexer e por vezes até uns refrõezitos orelhudos que não soam mal de todo, como é o caso de “Home Sweet Hole”, por exemplo. No entanto, não nos podemos esquecer da tormenta que se pode tornar a voz de Oli Sykes. Os seus berros de agonia dão uma ideia de sofrimento e chegam até a fazer sofrer o ouvinte também. O início de “Don’t Go” já deve dar uma ideia. E essa música é suposto ser uma balada, creio eu, e acaba por se tornar estranhamente constrangedora, principalmente com a voz feminina da artista Canadiana de electrónica, Lights. Essa mesma moça também participa na faixa de abertura “Crucify Me”, aquela que deverá talvez ser a faixa mais interessante de todo o disco, com toques experimentais e um cheirinho de electrónica aqui e ali, dando-lhe uma outra atmosfera e um som mais singular. De resto as canções tornam-se extremamente maçadoras pelas razões que já referi e chega quase a meio do disco e o ouvinte já se começa a fartar e começa a achar que os berros sofridos que está a ouvir no momento são exactamente iguais àqueles que tinha ouvido nas primeiras faixas. Uma participação de Josh Franceschi dos You Me at Six em “Fuck” – música com um início ruidoso quase imperceptível - acentua de novo a ideia fixa da banda quanto ao seu público, visto que chamar um vocalista de uma banda de Pop Punk para vocalista convidado numa música de uma banda supostamente de peso não soa lá muito bem – com todo o respeito aos You Me at Six, que até são bastante razoáveis, mas no seu campo. Portanto, como já disse, até podem ter realmente evoluído musicalmente, sim muito bem, mas a atitude pré-púbica permanece lá e acaba por fazer deste um disco desprezível para aqueles que considerem uma ofensa que isto se insira na categoria de “Metal”. Também não estão aqui para enganar ninguém, e com público definido, então para fãs da banda, este álbum é recomendável como qualquer outro deles, aí não falharam. Mas ultimamente não há muita pachorra para bandas como esta…

Avaliação: 4,1


Price of Blood - City of Diamonds EP


Artista: Price of Blood
Álbum: City of Diamonds
Data de lançamento: Setembro 2010
Género: Deathcore
Editora: Independente
Lista de faixas:

1 – “City of Diamonds”
2 – “Death Will Rise”
3 – “Price of Silence”
4 – “The Last Fallacy”
5 – “Progression”
6 – “Grind and Dust”
7 – “Outro”

Numa espécie de comunidade online dedicada a música Metal (Spirit of Metal, no caso de se quererem registar) lá no meio daquela lista de amigos, apareceu-me um indivíduo que me perguntou se eu gostava de Deathcore. E eu lá lhe expliquei que apesar de não me importar de ouvir um bocadinho de vez em quando, preferia de longe o original Death Metal. Lá lhe disse porquê e dei-lhe uma listazinha de bandas de Deathcore que eu consiga ouvir e gostar. O rapaz lá se aproveitou e recomendou-me a sua própria banda, estes Price of Blood, comparando-os aos The Acacia Strain – que eu tinha posto na lista que falei. OK, decidi então dar um saltinho ao MySpace da banda e o que ouvi não me desagradou de todo. Para uma banda em crescimento até soava bem. Lá decidi então ouvir o EP de estreia – e não se ralem com o facto de ter feito download do EP, porque ele mesmo deu-me um link de download. Pronto, então, em 7 simples canções, temos aquilo que é de se esperar de uma banda de Deathcore. A banda conhece bem as suas influências e nota-se aqui que os Price of Blood estudaram bem a lição de bandas como Suicide Silence ou The Acacia Strain como já tinha referido. Não tem praticamente nada a acrescentar, apenas que para quem gostar do estilo, tem aqui uma banda nova para ir verificar. Os que não engolem o Deathcore de maneira nenhuma então deixem-se estar, não vão gostar absolutamente nada disto. Claro que, sendo uma banda praticamente amadora ainda em crescimento, há defeitos a apontar: os vocais limpos são muito pobres e precisam de muito trabalho e lembra-nos uma banda de garagem de Pop Punk liderada por um puto qualquer. Os níveis de escrita e composição das canções também ficam um pouquinho aquém e nota-se que a banda também necessita de muita prática e trabalho nessa área, pois por vezes as canções parecem ter partes coladas umas às outras e se nos distrairmos, podemos perder-nos e pensar que já vai na música seguinte e afinal ainda anda às voltas na mesma. Coisas daquelas que têm ainda que ser trabalhadas e desenvolvidas, e como a banda ainda só vai no seu EP de estreia ainda tem tempo de crescer para fazer um Deathcore completo, prontinho para toda a gente odiar – muitos sabem do que estou a falar. Quem estiver interessado numa banda nova e tiver interesse por este estilo… Força. De resto, não serve para muito mais gente.

Avaliação: 6,2


terça-feira, 16 de novembro de 2010

Brandon Flowers - Flamingo


Artista: Brandon Flowers
Álbum: Flamingo
Data de lançamento: 3 Setembro 2010
Género: Rock Alternativo, Pop Rock, New Wave
Editora: Island Records, Vertigo Records
Lista de faixas:

1 – “Welcome to Fabulous Las Vegas”
2 – “Only the Young”
3 – “Hard Enough” (com Jenny Lewis)
4 – “Jilted Lovers & Broken Hearts”
5 – “Playing with Fire”
6 – “Was It Something I Said?”
7 – “Magdalena”
8 – “Crossfire”
9 – “On the Floor”
10 – “Swallow It”

Álbum a solo de Brandon Flowers, aproveitando uma pausa da sua banda The Killers. Não soa mal a ideia e também não soa mal o disco. Mais livre e já sem estar agarrado ao nome duma banda que supostamente já tem um estilo definido, Flowers decidiu então dar asas ao seu som e expandiu-o, fazendo deste “Flamingo” mais Pop do que qualquer outro registo dos The Killers – talvez pegando em “Human” como ponto de partida e depois esticando-o. Logo, podendo-se afastar do seu Rock alternativo, Flowers trabalha aqui em muitas canções baseadas nos sintetizadores – tocados por ele mesmo. Não há muito a acrescentar sobre as características das canções, são simples, soam a um New Wave recente mais moderado, há influências mínimas de Country e de algum Rock antigo e se não fossem essas pequenas explorações, com a reconhecível voz de Flowers, soaria a um disco dos The Killers. No entanto há algo nestas 10 músicas que não se pode negar, de forma alguma: o impacto dos refrões e a capacidade de Flowers em escrever excelentes melodias envolventes que se prendam na nossa cabeça durante algum tempo – isso já era perceptível nos The Killers. Não há como negar isso no single “Crossfire” por exemplo, – que na cadeia de rádios de música comercial Pop Rock, tem que se destacar como uma das melhores – na dançável “Was It Something I Said?”, no excelente segundo single “Only the Young” e na conclusiva “Swallow It”. Mesmo que o disco se arraste num percurso relativamente contínuo – um conjunto de boas canções – não deixa de haver uma certa versatilidade, como por exemplo passarmos por uma rítmica e mexida “Was It Something I Said?”, canções calmas como “On the Floor”, pequenos hinos de alegria como “Welcome to Fabulous Las Vegas”, uma balada mais “quente” como a “Crossfire” e um dueto com Jenny Lewis, a vocalista dos Kilo Riley para uma boa dupla de diferentes vozes. Atenção que esta experiência a solo de Brandon Flowers não indica um fim dos The Killers, logo ainda há mais do quarteto para vir. E talvez seja mesmo isso que os fãs queiram, um novo CD de The Killers. Até lá, este “Flamingo” ainda serve para agradar e ir aquecendo o ouvido várias vezes. Talvez muito simples para o artista ambicioso que é Brandon Flowers, mas não deixa de ser um bom disco.

Avaliação: 7,6


segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Alter Bridge - AB III


Artista: Alter Bridge
Álbum: AB III
Data de lançamento: 8 Outubro 2010
Género: Hard Rock, Heavy Metal, Post-Grunge, Metal Alternativo, Rock Alternativo
Editora: Roadrunner, Alter Bridge Recordings, Capitol Records
Lista de faixas:

1 – “Slip to the Void”
2 – “Isolation”
3 – “Ghost of Days Gone By”
4 – “All Hope Is Gone”
5 – “Still Remains”
6 – “Make It Right”
7 – “Wonderful Life”
8 – “I Know It Hurts”
9 – “Show Me a Sign”
10 – “Fallout”
11 – “Breathe Again”
12 – “Coeur d’Alene”
13 – “Life Must Go On”
14 – “Words Darker Than Their Wings”

Um disco de Alter Bridge sempre foi bom para alguém que procurasse uma boa riffada e um bom trabalho de guitarra e excelente voz. Fazia boa música dentro dos “standards” básicos e por aí ficava. No preciso momento em que se ouve o 3º disco da banda, percebe-se logo uma coisa: Os Alter Bridge evoluíram e bem. Não propriamente uma partida do som habitual mas um certo afastamento. O som antigo da banda ainda é reconhecível e não só pela inconfundível voz de Myles Kennedy. Mas já é notável uma exploração no som para fazer do seu som mais crescido, mais inspirado. ”AB III” apresenta-se como um álbum conceptual, com temas mais obscuros do que nos dois álbuns anteriores, abordando fé, crença e dificuldades. As estruturas das músicas já se afastam um pouquinho das habituais e são mais elaboradas, fazendo alguns críticos ir longe e rotular este álbum como “Metal progressivo”. E apesar de eu não rotular de imediato o disco como tal, admito, sem dúvida, que já há alguma influência disso nas canções. Os riffs “doces” ao ouvido mantêm-se e este disco pode candidatar-se a um dos álbuns de guitarrada do ano (algo controverso devido ao grande número de álbuns com riffs agradáveis). Mesmo que já não se toque aqui um Post-Grunge/Metal alternativo propriamente dito na sua pureza, ainda temos refrões e melodias pegajosas, e algumas canções para nos andar a vaguear a mente no nosso dia-a-dia. E apesar de ainda existir a ponte entre os discos anteriores, nota-se diferença. Logo, é evidente que fãs antigos precisem de várias audições para conseguirem realmente “entrar” no disco como deve ser. Á primeira vão estranhar. O bom Hard Rock aqui tocado é diferente e até as baladas não seguem a mesma estrutura já mais pisada de “In Loving Memory” ou “Watch Over You”, por exemplo. Portanto, o CD custa a encaixar na cabeça de alguns. Mas sem pânico, ainda soa a Alter Bridge, claramente. Mas com umas audições repetidas e um avanço na carreira dos Alter Bridge – que talvez venham a seguir o caminho deste álbum – com certeza que haverão alguns fãs que irão olhar para trás e pensar se não será este “AB III” o melhor registo da banda…

Avaliação: 8,4


quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Blind Guardian - At the Edge of Time


Artista: Blind Guardian
Álbum: At the Edge of Time
Data de lançamento: 30 Julho 2010
Género: Power Metal, Metal Progressivo, Metal Sinfónico
Editora: Nuclear Blast
Lista de faixas:

1 – “Sacred Worlds”
2 – “Tanelorn (Into the Void)”
3 – “Road of No Release”
4 – “Ride Into Obsession”
5 – “Curse My Name”
6 – “Valkyries”
7 – “Control the Divine”
8 – “War of the Thrones”
9 – “A Voice in the Dark”
10 – “Wheel of Time”

4 anos passaram desde o ultimo “A Twist in the Myth” dos Blind Guardian e alguns fãs achavam que a banda alemã estava a fraquejar. Para uma banda que já anda aí a passos largos desde a década de 80, alguns fãs achavam que nesta década, tornava-se difícil para os Blind Guardian fazer um disco novo, realmente novo, que pegue bem no ouvido dos fãs. De uma estranha forma, os Blind Guardian quase que soavam ao montão de bandas que praticam o seu estilo, seguindo-os a eles. Alguns achavam que já era Power Metal vulgar, elementos sinfónicos só para estarem lá, alargavam-se as canções passando por fases só porque se achava que assim devia ser e as músicas eram épicas só por ser regra. E mesmo que eu não ache os discos anteriores de forma alguma fracos, é verdade que para uma banda que se desloca para um estatuto lendário haja a necessidade de fazer um disco realmente forte e que realmente se estabeleça nos dias de hoje. Para fãs de Power Metal, fãs de Metal progressivo, fãs de Metal em geral. E o mais interessante é que parece que com este “At the Edge of Time” já o conseguiram. A banda, para se adequar aos dias de hoje, fez aquilo que eu, na minha humilde opinião, creio que seja o mais ideal: não quis saber dos tempos hoje. Não querer saber das voltas que o género deu e como se encontra hoje, fazê-lo à sua maneira. E logo, temos aqui um álbum “retro” que nos faz lembrar outros tempos, mesmo que o seu sabor ainda seja adequado ao presente. Já não há épico forçado nenhum e “Sacred Worlds” introduz o álbum a matar. O recheio do restante disco é um bom Power Metal acompanhado daquelas grossas influências de música clássica, com arranjos sinfónicos arrepiantes. A voz de Hansi em óptima forma e facilmente reconhecível. Estruturas de canções longas sem darmos por isso. Umas outras influências da folclórica Europeia, para lhe acrescentar o tom medieval que vai ficando sempre bem. E nisso destaco “Curse My Name” uma obra-prima medieval que merece a minha bênção como um dos maiores destaques do CD. “Wheel of Time” fecha o álbum com uma força e uma grandiosidade semelhante à da faixa de abertura. O ideal para fazer o álbum requerido a este ponto da carreira. Um regresso em forma.

Avaliação: 8,3


terça-feira, 9 de novembro de 2010

[Clássico do Mês] Cannibal Corpse - Tomb of the Mutilated


Artista: Cannibal Corpse
Álbum: Tomb of the Mutilated
Data de lançamento: 22 Setembro 1992
Género: Death Metal
Editora: Metal Blade Records
Lista de faixas:

1 – “Hammer Smashed Face”
2 – “I Cum Blood”
3 – “Addicted to Vaginal Skin”
4 – “Split Wide Open”
5 – “Necropedophile”
6 – “The Cryptic Stench”
7 – “Entrails Ripped From a Virgin’s Cunt”
8 – “Post Mortal Ejaculation”
9 – “Beyond the Cemetery”

É daquelas coisas. Para uma pessoa que não esteja muito familiarizada com música de peso, isto não lhes diz assim muito. Para outros, isto nem sequer música é. E para outros, basta-lhes olhar para a capa para deitar fogo ao disco e enterrar as cinzas. Pois é, mas se se dirigirem a alguém que esteja minimamente dentro da cena pesada e extrema, vai saber bem do que falam quando disserem apenas “Tomb of the Mutilated”. E se disserem também apenas “Cannibal Corpse”. Sem dúvida, uma das maiores bandas na categoria do Death Metal. Os lendários Death foram os que começaram tudo, basicamente, e plantaram as sementes para aquilo a que se veio a chamar de Death Metal. A torná-lo mais extremo e a deixar também a sua marquinha na pavimentação deste estilo, tínhamos os Deicide a tratar da parte Satânica e obscura e estes Cannibal Corpse a tratar da parte do horror, carnificina, zombies e outros tipos de brutalidade. Com uma das discografias mais respeitáveis de bandas extremas, este “Tomb of the Mutilated” é, sem dúvida alguma, um dos pontos mais importantes dessa discografia – sem desprezar os excelentes discos lançados com o Sr. Corpsegrinder na frente do exército – e para alguns fãs, representa a melhor fase da banda - a fase de Chris Barnes nos vocais. Não podendo estar totalmente de acordo com este destaque a Barnes, devido ao indubitável talento de George “Corpsegrinder” Fisher, tenho que concordar que este álbum é, realmente dos mais importantes da carreira destes Norte-Americanos. A banda estreou-se com “Eaten Back to Life”, que mesmo que ainda se segure mais ao Thrash Metal, não deixa de ser um álbum surpreendentemente diferente. De seguida, “Butchered at Birth”, o álbum que estabeleceu a banda no panorama extremo, um excelente disco, também podia muito bem ocupar esta posição de “Clássico”. Mas é o “Tomb of the Mutilated” que marca pela sua diferença, pelo seu impacto, pela sua extremidade. Os títulos das músicas eram mesmo a desafiar as “leis” da música e já iam longe demais na extremidade. De certa forma, não haviam regras e alguns “filmes” de terror bem horrendos saíam das letras das canções. Títulos como “I Cum Blood”, “Entrails Ripped From a Virgin’s Cunt”, “Post Mortal Ejaculation” ou “Addicted to Vaginal Skin” já nos deixavam uma pequena ideia de que não era música leve que tocava naquele disco e que nem sequer música Metal habitual era. Ao ouvir então temos toda a certeza: Isto não é um disco normal. Ao longo de todas estas 9 faixas temos muita coisa para prestar atenção, exigindo audições repetidas, mas também… para quem gostar disto, as audições repetidas não custam nada, até sabem bem. Primeiro temos a bateria desalmada. Dá um certo prazer ouvir a agressividade e velocidade com que aquela bateria é tocada. Os riffs… Não eram riffs daqueles mais elaborados nem daqueles mais rápidos. Eram riffs sujos, brutais e misturavam o peso e a rapidez “Thrash” por vezes com algum “groove” inexplicável. Os vocais… Incríveis. Dá-nos a impressão que Chris Barnes mal deve abrir a boca para soltar estes grunhidos em baixo tom, a formular palavras completamente imperceptíveis. Isto tudo acompanhado por fortes linhas de baixo. Ao fim não se trata mesmo de um álbum com um peso regular. Uma das bandas e um dos discos menos usuais daquele tempo – por outro lado a tratar da música “extremamente extrema” tínhamos também os Carcass – e ainda hoje permanece como um mítico álbum de Death Metal e até do Metal em geral. Nem que seja só pela “Hammer Smashed Face”, eterno hino cujas primeiras notas já servem de sinal para uma sessão de headbang que aí vem.