Artista: Anglagard
Álbum: Hybris
Data de lançamento: 1992
Género: Rock progressivo
Editora: Mellotronen, Alvarsdotter
Lista de faixas:
1 –
“Jordrok”
2
– “Vardringar i Vilsenhet”
3
– “Ifran Klarhet Till Klarhet”
4
– “Kung Bore”
5
– “Ganglat Fran Knapptibble”
Após o verdadeiro pique de popularidade do Rock progressivo
nos anos 70, seguiu-se um período de pausa da popularidade do género e
durante os 80’s, muitas das grandes bandas do movimento deram uma volta ao seu
estilo. No entanto, como sendo um estilo bom demais para ser apenas passageiro
sofreu a sua renascença e hoje em dia o género já voa livremente seja de forma
moderna ou retrospectiva.
No entanto, consta em registos – baseio-me nesses
registos, não vivi esses tempos – que foi no início da década de 90 que houve
um “arrebitar” do género com bandas oriundas de vários locais –
predominantemente Europeus – mas curiosamente com um certo destaque para a
Suécia. De facto, foi precisamente desse país Escandinavo que saíram estes jovens e talentosos Anglagard, cujo som com influências vivíssimas de actos
como Genesis, Cathedral, King Crimson, Van der Graaf Generator e claro com
algum do seu som característico cativaram os seguidores atentos.
Os ouvidos dos já velhos fãs do género e de alguns
novos ergueram-se de imediato para o som complexo, para as suaves melodias, para
a variante instrumentalização e para a magia das viagens que este disco de
estreia oferecia. Ainda mais atenção se focou no grupo pela sua maturidade
notável para álbum de estreia e pela juventude dos integrantes da banda – o baterista
Mattias Olson tinha os seus 17 anos aquando a gravação do registo.
O seu som é daquele que não podemos descrever
facilmente devido à sua complexidade, como já requer o género, mas certamente
não soa como algo lançado em 1992. Toda a sonoridade, todo o ambiente, toda a
abordagem “cheiram” a 70’s por todos os cantos e podia muito bem misturar-se no
meio de discos de King Crimson, Yes ou Cathedral como já mencionei
anteriormente e passar por ser da mesma onda. Mas não é pela relação que se
estabelece com esses míticos actos do “prog rock” que isto deixa de ser algo
único, os Anglagard já possuem o seu som característico e este “Hybris” não
deixa de ser extremamente influente e importante para a continuação do
lançamento de obras do género que ainda viriam.
Para se sentir apenas uma amostra do que este disco
realmente pode fazer sentir, basta experimentar ouvir a instrumental faixa de
abertura “Jordrok” de olhos fechados, com o propósito de se deixarem levar… Só
aí já há muito que se lhe diga, mas toda essa essência se multiplica nas
restantes longas faixas. Destaca-se então o trabalho de bateria desse tal
adolescente Mattias Olsson que dominava o seu instrumento como gostariam muitos
que lhe dobrassem a idade e o trabalho da flautista Anna Holmgren que dá aquele
tom folclórico, característico e maravilhoso às compridas faixas. Não
compreendem as letras por serem cantadas na língua mãe da banda? Não importa, a
voz já consegue causar bastante efeito sem que a sua mensagem lírica seja
realmente perceptível e não importa também em quantas línguas diferentes se
ouve a música, se a música em si já é uma linguagem universal.
Não é realmente um nome muito soante, nem vão
encontrar muitas referências a este disco no que toca a vendas ou no que quer
que seja que se baseie no que mais roda no mercado. Compreendo até que existam
muitos da minha vasta base de leitores – que deve variar entre um par e um
punhado de pessoas – que desconheçam por completo esta banda. Mas vale a pena
ouvir e uma experiência realmente mágica é ouvir este disco baixinho de fones
nos ouvidos, à noite de olhos fechados antes de dormir e a deixar-se ir para
onde quer que este conjunto Sueco nos leve. Já tive essa experiência. Soberba.